Em casa de papudo, não se fala em papo.
Não se abordam assuntos que possam embaraçar, provocar ou dar vantagem a quem está presente e tem poder ou sensibilidade sobre o tema.
Versão neutra
Quando alguém presente tem autoridade, sensibilidade ou interesse direto num assunto, evita‑se falar desse assunto.
Faqs
- Quando posso usar este provérbio?
Pode ser usado para aconselhar prudência em contextos sociais ou profissionais onde falar sobre determinado assunto pode provocar conflito ou vantagem alheia. - É um provérbio ofensivo ou discriminatório?
Não é inerentemente ofensivo, mas pode ser interpretado como justificativo para silenciar quem denuncia problemas; o contexto determina a adequação. - Significa que nunca se deve falar em frente de quem tem poder?
Não necessariamente; significa que convém avaliar riscos e consequências. Existem casos em que falar é moral ou legalmente obrigatório. - Qual é a origem deste provérbio?
A origem não é claramente documentada; trata‑se de uma expressão popular de uso coloquial, provavelmente regional e transmitida oralmente.
Notas de uso
- Usa‑se para aconselhar prudência e adaptação ao contexto social ou hierárquico.
- Registo: coloquial; comum em falantes do português de Portugal e em variantes regionais, sem origem literária claramente documentada.
- Pode servir tanto por respeito como por medo de represálias ou de discussões desnecessárias.
- Não é uma defesa de silenciar abusos: em situações de injustiça, falar pode ser obrigatório.
Exemplos
- Na reunião, o director fez um comentário sobre orçamentos; eu calei‑me — em casa de papudo, não se fala em papo.
- Sabendo que a tia estava à espera de elogios sobre a herança, ninguém mencionou o testamento: em casa de papudo, não se fala em papo.
Variações Sinónimos
- Em casa de quem manda, não se fala contra.
- Não se mexe no que dá abrigo.
- Evita‑se falar de certas coisas onde não convém.
Relacionados
- Quando em Roma, faz como os romanos (conformidade social)
- Não cortar a mão que te alimenta (não trair quem ajuda)
- Silêncio por prudência
Contrapontos
- Há situações em que é ético e necessário denunciar ou discutir algo, mesmo perante quem tem poder (ex.: abusos, ilegalidades).
- Usar este provérbio como fórmula para silenciar críticas legítimas pode proteger interesses indevidos.
Equivalentes
- inglês
Don't bite the hand that feeds you / When in Rome, do as the Romans do (nuances diferentes: prudência e conformidade). - espanhol
En casa del que manda, no se discute (colloquial, transmite ideia de não confrontar quem tem autoridade). - francês
Chez le patron, on ne conteste pas (colloquial; reflecte obediência ou prudência diante da autoridade).