Diz, de forma irónica, que num dado meio as práticas são aceites sem critério: nada parece claramente mau nem claramente bom.
Versão neutra
Num determinado meio, nada é considerado sempre mau nem é tido como sempre bom.
Faqs
Qual é a origem do provérbio? A origem precisa não é conhecida. O provérbio alude a práticas médicas antigas (sangria e purgação) e passou a ser usado figurativamente para criticar aceitação acrítica de hábitos locais.
Quando devo usar este provérbio? Use‑o com ironia para apontar conformismo ou a justificação de práticas discutíveis por serem tradicionais. Evite‑o em contextos formais, a menos que pretenda criticar diretamente comportamentos locais.
Refere‑se especificamente a Lisboa? Nem sempre. Embora mencione Lisboa, o uso actual é mais amplo e aplica‑se a qualquer meio onde predomine a aceitação de hábitos sem questionamento.
Notas de uso
Usado geralmente de forma irónica para criticar conformismo, hábitos locais ou práticas aceites sem questionamento.
Literalmente alude a tratamentos médicos antigos (sangrias e purgas); hoje é maioritariamente figurativo.
Pode referir‑se a Lisboa literal ou, mais frequentemente, a qualquer ambiente onde imperem hábitos pouco criticados.
Tom e intenção dependem do contexto: pode ser jocoso, sarcástico ou censurador.
Exemplos
No debate sobre os métodos usados pela equipa, Maria comentou ironicamente: 'Em Lisboa não há sangria má, nem purga boa', para sublinhar que ninguém questionava procedimentos antigos.
Quando o dono da loja recusou mudar a prática problemática, um cliente replicou: 'Isso é exactamente o que dizem: em Lisboa não há sangria má, nem purga boa', criticando a resistência à mudança.
Ao justificar decisões discutíveis com a tradição local, o director lembrou o provérbio: 'Em Lisboa não há sangria má, nem purga boa' — empregou‑o para dizer que a tradição justificava tudo.
Variações Sinónimos
Em Lisboa não há remédio mau, nem cura boa
Por cá, tudo serve — nem sangria é má nem purga é boa
Não há mau remédio nem boa cura (variação modernizada)
Relacionados
Cada terra tem os seus usos
Os costumes de cada um são diferentes
Contrapontos
Nem tudo o que é habitual é aceitável (crítica ao conformismo)
Boas práticas reconhecem‑se independentemente da tradição
Equivalentes
Português (funcional) Cada terra tem os seus usos (indica aceitação de hábitos locais, embora menos irónico)
Inglês (tradução literal) In Lisbon there is no bad bloodletting, nor a good purge
Espanhol (tradução literal) En Lisboa no hay sangría mala, ni purga buena