Enquanto o amo bebe, o criado espera.
Expressa a situação em que quem tem poder ou decisão adia a ação, deixando os subordinados à espera; ressalta uma relação de dependência e passividade.
Versão neutra
Enquanto quem decide adia, os subordinados aguardam.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio?
Significa que, quando a decisão ou ação depende de alguém com poder e essa pessoa adia, os subordinados ou dependentes ficam impedidos de agir e apenas aguardam. - É um provérbio ofensivo ou politicamente incorreto?
Reflete relações de poder e servidão que hoje podem ser consideradas sensíveis; o provérbio em si não é ofensivo, mas deve ser usado com consciência do contexto histórico e social. - Em que situações posso usar esta expressão hoje?
Em contextos profissionais para criticar indecisão de superiores, em debates sobre hierarquia ou ironicamente para descrever inércia quando a iniciativa está concentrada numa só pessoa. - Há alternativas mais neutras para transmitir a mesma ideia?
Sim. Por exemplo: «Enquanto quem decide adia, os subordinados aguardam» ou «Sem decisão da liderança, a equipa fica parada.»
Notas de uso
- Uso histórico: reproduz relações tradicionais entre mestre/empregado; aparece em contextos rurais e domésticos antigos.
- Uso figurado: aplica-se a situações modernas de hierarquia (p.ex., chefes que atrasam decisões e deixam equipas inativas).
- Tom: frequentemente irónico ou crítico; pode denunciar passividade ou injustiça na distribuição de poder.
- Sensibilidade: contém linguagem que remete para estruturas de servidão; recomenda-se cuidado ao usar em contextos sensíveis.
Exemplos
- No século XIX era comum ouvir dizer: «Enquanto o amo bebe, o criado espera», descrevendo a rotina nas casas grandes.
- No escritório, o chefe ainda não autorizou o projeto — enquanto o amo bebe, o criado espera; não podemos avançar até haver decisão.
- Usou a expressão para criticar a administração: «Não podemos ficar imóvel; é ridículo que, enquanto o amo bebe, o criado espere».
Variações Sinónimos
- Enquanto o senhor janta, o criado espera.
- Enquanto o dono festeja, o empregado aguarda.
- Enquanto o mestre demora, o ajudante espera.
Relacionados
- Quem espera sempre alcança. (salienta paciência, em vez de dependência)
- Quem não chora não mama. (sugere que há que reclamar para obter)
- Quem não arrisca não petisca. (incentiva a iniciativa em vez de esperar)
Contrapontos
- Quem não arrisca não petisca. — encoraja a agir em vez de aguardar passivamente.
- Quem corre por gosto não cansa. — valoriza a iniciativa e o trabalho autónomo.
- O tempo põe cada um no seu lugar. — sugere que a espera nem sempre é indefinida; circunstâncias mudam.
Equivalentes
- Inglês
While the master drinks, the servant waits. - Espanhol
Mientras el amo bebe, el criado espera. - Francês
Tant que le maître boit, le domestique attend. - Italiano
Finché il padrone beve, il servo aspetta.