Falem cartas, calem barbas

Falem cartas, calem barbas.
 ... Falem cartas, calem barbas.

Que as provas ou os factos decidam, e não as palavras ou aparências.

Versão neutra

Que falem as cartas; que se calem as barbas.

Faqs

  • O que quer dizer exactamente este provérbio?
    Significa que se deve confiar nas provas, nos resultados ou nos factos para resolver uma questão, em vez de prolongar discussões, boatos ou aparências.
  • Quando é apropriado usar esta expressão?
    Quando se pede que uma disputa seja resolvida por documentação, resultados objectivos ou verificações independentes — por exemplo, mostrar recibos, relatórios ou evidências claras.
  • Este provérbio incentiva o jogo ou a aleatoriedade?
    Não. Embora venha de contextos de jogo de cartas, a ideia central é dar primazia à prova objectiva. Não é justificativo para recorrer ao jogo ou à sorte em assuntos sérios.
  • Qual é a origem histórica desta frase?
    Trata-se de um provérbio popular ligado ao ambiente de jogos de cartas e decisões comunitárias; a origem exacta e data não são documentadas.

Notas de uso

  • Usa-se quando se quer que uma disputa seja resolvida por evidência objetiva ou por um resultado imparcial, em vez de por argumentos ou boatos.
  • Pode aplicar-se em jogos, decisões administrativas, ou situações em que se exige prova concreta.
  • Não deve ser invocado para justificar deixar consequências éticas ou legais ao acaso (ex.: jogos de azar ou decisões que ponham pessoas em risco).

Exemplos

  • Na discussão sobre quem tinha razão nas contas do projecto, o gerente disse: «Falem cartas, calem barbas» — pediu os registos bancários e deixou-os decidir.
  • Quando os dois candidatos discutiam sem parar, o moderador retomou: «Falem cartas, calem barbas» e perguntou pelos planos escritos de cada um.
  • Ao resolver um conflito entre vizinhos, o juiz sugeriu que apresentassem contratos: «Falem cartas, calem barbas» — ou seja, tragam provas documentais.

Variações Sinónimos

  • Que falem as cartas, que se calem as barbas
  • Deixem as cartas falar
  • Que os factos falem
  • Provas, não palavras

Relacionados

  • Os factos falam por si
  • Prova é prova
  • Mais vale a obra do que a palavra

Contrapontos

  • Em negociações ou mediações, as palavras e a argumentação são essenciais — nem sempre é possível ou apropriado decidir só por provas imediatas.
  • Algumas situações exigem perícia, interpretação jurídica ou contexto, não apenas um 'resultado' objetivo.
  • Usá-lo para evitar responsabilidade pessoal ou ética (deixar a 'sorte' decidir) é imprudente.

Equivalentes

  • inglês
    Let the evidence speak (similar: Actions speak louder than words).
  • espanhol
    Que hablen las cartas; que callen las barbas (variação usada em contextos hispânicos).
  • francês
    Que les faits parlent (les paroles se taisent).