Figo caído, para o senhorio; figo quedo, para mim

Figo caído, para o senhorio; figo quedo, para mim ... Figo caído, para o senhorio; figo quedo, para mim

Comentário sobre a divisão de ganhos: os proveitos fortuitos favorecem o senhorio, os restantes cabem ao trabalhador/arrendatário.

Versão neutra

Os frutos que caem por acaso pertencem ao dono; os que ficam (ou são conquistados) pertencem ao trabalhador.

Faqs

  • Este provérbio é uma regra legal?
    Não. É um ditado popular que reflecte práticas tradicionais. A propriedade dos frutos é hoje regulada por leis e contratos que podem estabelecer regras diferentes.
  • Quando posso usar este provérbio?
    Use-o para criticar ou ilustrar situações em que os benefícios inesperados favorecem quem tem poder ou propriedade, ou para comentar desigualdades de distribuição.
  • O que significa 'quedo' neste contexto?
    'Quedo' quer dizer 'quieto' ou 'que ficou no lugar'. No provérbio, contrasta com o fruto que caiu por acaso, sublinhando a distinção entre o que sucede por acidente e o que permanece.

Notas de uso

  • Refere-se a uma distribuição tradicional de produtos agrícolas entre dono da terra (senhorio) e quem a trabalha (arrendatário, trabalhador).
  • É usado figurativamente para criticar desigualdades: quem beneficia de ganhos inesperados nem sempre é quem trabalhou.
  • Pode também servir para alertar sobre a vantagem do poder sobre o acaso — quem tem autoridade recolhe os ‘frutos’ improváveis.

Exemplos

  • Na reunião da empresa, o bónus extraordinário acabou por beneficiar a administração — como diz o provérbio: figo caído, para o senhorio; figo quedo, para mim.
  • Quando fui à quinta, os figos caídos já tinham sido recolhidos pelo proprietário; eu só consegui os que ainda estavam nos ramos, tal como manda o velho ditado.

Variações Sinónimos

  • Figos do chão são do senhorio; os do ramo são meus.
  • O que cai é do senhor; o que fica é do trabalhador.

Relacionados

  • Quem semeia, colhe (variação com sentido distinto — enfatiza mérito do trabalho).
  • Quem dá o que quer, tem o que pode (sobre desigualdades de poder).
  • A sorte favorece os preparados (contraponto: mérito vs acaso).

Contrapontos

  • Leis modernas e contratos de arrendamento podem regular a propriedade dos frutos de forma diferente; o provérbio reflecte prática tradicional, não regra jurídica.
  • Do ponto de vista ético, nem sempre é justo que o dono se aproprie apenas dos ganhos fortuitos; partilha e reconhecimento do trabalho são alternativas.
  • Em cooperações ou sociedades, ganhos inesperados costumam ser repartidos segundo acordo prévio, contrariando o que o provérbio sugere.

Equivalentes

  • Inglês
    Finders keepers, losers weepers (equivalente aproximado sobre vantagem do que encontra/acontece).
  • Espanhol
    Lo que cae del árbol es del dueño (equivalente aproximado sobre propriedade segundo o sucedido).

Provérbios