Algo que não é nosso (ou responsabilidade de outrem) pode tornar‑se fonte de preocupação, incómodo ou perigo quando nos aproximamos ou nos envolvemos.
Versão neutra
O que é dos outros pode tornar‑se fonte de problemas quando nos envolve.
Faqs
Quando posso usar este provérbio? Use‑o para alertar sobre os riscos ou incómodos de assumir responsabilidades que pertencem a outras pessoas, tanto em contexto literal como figurado.
O provérbio é ofensivo? Pode soar insensível se usado para justificar indiferença perante quem precisa de ajuda. O contexto e o tom determinam se é contundente ou prudente.
Aplica‑se apenas a crianças? Não. Embora surja da ideia de cuidar de filhos alheios, aplica‑se a qualquer problema, tarefa ou responsabilidade que não seja nossa.
Há alternativas mais neutras para expressar a mesma ideia? Sim — por exemplo: «O que é dos outros pode trazer problemas» ou «Não me devo envolver em assuntos alheios sem convite».
Notas de uso
Usa‑se para advertir contra envolver‑se em assuntos ou responsabilidades que pertencem a outras pessoas.
Aplicável tanto ao sentido literal (crianças de terceiros que causam trabalho) como ao figurado (problemas alheios, projetos de outrem).
Pode ter um tom prudente ou justificativo — cuidado com o uso em contextos sensíveis, pois pode soar indiferente ou desdenhoso.
É comum em conversas informais e em provérbios populares; menos adequado em linguagem formal ou em contextos de apoio social.
Exemplos
Quando a vizinha começou a pedir ajuda todas as semanas com os filhos, João suspirou e disse: «Filho alheio, brasa no seio» — preferia não assumir essa carga permanente.
No escritório, Maria recusou intervir num projeto alheio que estava a causar conflitos: «Filho alheio, brasa no seio» — não era responsabilidade do seu departamento.
Ao ver‑se a tentar resolver as dívidas de um conhecido sem lhe pedirem, lembrou‑se do provérbio e decidiu pôr limites: nem sempre vale a pena meter‑se nos problemas dos outros.
Variações Sinónimos
Filho alheio é brasa no seio
Filho de outrem, brasa no seio
Assunto alheio põe fogo no peito
O que não é nosso pode dar trabalho
Relacionados
Não te metas onde não és chamado (não te intrometas em assuntos alheios)
A formiga pensa na sua — cada um com as suas responsabilidades
Cada qual com os seus problemas
Contrapontos
Acolher e ajudar filhos alheios pode ser acto de solidariedade e criar vínculos positivos.
Não envolver‑se em problemas alheios protege, mas pode também significar falta de apoio necessário.
Equivalentes
inglês "Not my circus, not my monkeys." (equivalente aproximado: não é o meu problema)
espanhol "Hijo ajeno, brasas en el seno." (tradução literal utilizada por alguns falantes; sentido semelhante)
italiano "Figlio altrui, brace nel petto." (tradução literal aproximada; transmite a mesma ideia)