Fizeste o mal, pensa; fizeste o bem, esquece
Conselho ético: se prejudicaste alguém, reflete e aprende; se fizeste o bem, não o recordes nem presumas dele.
Versão neutra
Se fizeste algo errado, pensa e corrige; se fizeste algo bom, não te gabe nem lances isso à cara dos outros.
Faqs
- O provérbio serve para pedir que as vítimas esqueçam o prejuízo?
Não. O sentido tradicional dirige-se ao agente: responsabiliza-o a refletir sobre o erro e aconselha a modéstia nas boas acções. Pedir às vítimas que 'esqueçam' pode ser injusto e inadequado. - Quando é apropriado aplicar este conselho?
Em situações em que quem errou pode aprender e corrigir o comportamento, e quando quem fez o bem não precisa de reconhecimento público. Não se aplica quando há necessidade de reparação formal ou recordação legítima do bem feito. - O provérbio incentiva a humildade ou a cumplicidade?
Incentiva sobretudo a humildade e a responsabilidade pessoal. A reflexão sobre o mal cometido é chamada à reparação; o esquecimento do bem visa evitar vanglória, não encobrir más acções.
Notas de uso
- Dirige-se sobretudo a quem age: incentiva a responsabilidade e a humildade.
- Recomenda a reflexão sobre erros e a modéstia em boas ações, evitando vaidade.
- Pode ser usado em contextos educativos, familiares e profissionais como orientação para conduta.
- Evitar usar para justificar que vítimas ou prejudicados 'esqueçam' crimes ou abusos — o provérbio fala do agente, não da vítima.
Exemplos
- Depois de discutir com o colega e perceber que exagerou, o chefe lembrou-se: 'Fizeste o mal, pensa; fizeste o bem, esquece' — pediu desculpa e tentou reparar.
- Quando ela contou que ajudara os vizinhos sem alarde, o avô sorriu e citou o provérbio: 'Fizeste o bem, esquece' — não era preciso elogios.
- Ao tomar a decisão errada no projeto, o engenheiro refletiu sobre os impactos: fez o mal, pensou; no futuro, procurou evitar o mesmo erro.
Variações Sinónimos
- Fizeste o mal, pensa; fizeste o bem, não te gabar
- Se erraste, pensa; se fizeste bem, esquece-o
- Pensa no mal que fizeste; não presumas do bem que fizeste
Relacionados
- Fazer o bem sem esperar recompensa
- A humildade é a maior das virtudes
- Errar é humano, reparar é sábio
Contrapontos
- Algumas situações exigem que o bem seja lembrado para proteger terceiros (por exemplo, quando boas ações explicam credibilidade ou capacidade).
- Nem sempre ‘esquecer’ o bem é apropriado: reconhecer e preservar actos benéficos pode ser relevante para justiça, memória ou recompensa justa.
- Não usar como justificação para que vítimas aceitem prejuízo sem reparação — a responsabilidade do agente pode requerer mais do que reflexão.
Equivalentes
- English
If you do wrong, think; if you do good, forget it. - Spanish
Hiciste mal, piensa; hiciste bien, olvida. - French
Si tu as fait du mal, réfléchis; si tu as fait du bien, oublie-le. - German
Hast du Unrecht getan, denk nach; hast du Gutes getan, vergiss es.