Fome de rio, sede de mato.
Expressa desejos contraditórios ou insatisfação: querer algo que não é adequado à situação ou querer sempre o que não se tem.
Versão neutra
Querer coisas incompatíveis com a situação ou desejar sempre algo diferente do que se tem.
Faqs
- O que significa exactamente 'Fome de rio, sede de mato'?
Significa desejar coisas contrastantes ou inapropriadas à situação, ser insatisfeito ou querer sempre algo diferente do que se tem. É uma observação crítica sobre incoerência ou avidez. - Quando devo usar este provérbio?
Use‑o em registos informais para apontar que alguém está a ser contraditório, indeciso ou pouco prático ao querer simultaneamente coisas incompatíveis ou irrealistas. - Qual é a origem do provérbio?
A origem exacta não é documentada. É uma construção popular de sabor rural; por isso a referência a elementos da natureza (rio, mato). - É ofensivo dizer isto a alguém?
Pode soar crítico ou irónico. Em contextos formais ou sensíveis é preferível optar por uma formulação mais neutra para evitar ofensa.
Notas de uso
- Uso maioritariamente proverbial e comparativo; emprega‑se para criticar indecisão, incoerência ou avidez inapetente.
- Tom frequentemente irónico ou corretivo; usado em contextos familiares, rurais e coloquiais.
- Não é uma expressão de uso formal; pode não ser imediatamente reconhecida fora de regiões rurais ou por falantes mais jovens.
Exemplos
- O João queixa‑se que não tem tempo para lazer, mas recusa qualquer ajuda — fome de rio, sede de mato: quer tudo e não aceita compromissos.
- Quando a empresa ofereceu formação e estabilidade, alguns continuaram a criticar; foi o caso da velha atitude de 'fome de rio, sede de mato'.
- Ela recusou o emprego com boas condições porque pretendia um cargo que ainda não existia — mostrou uma fome de rio, sede de mato, querendo sempre o ideal em vez do possível.
Variações Sinónimos
- Quem muito quer, tudo perde.
- Não se pode ter tudo.
- Querer o que não se pode ter
- Fome de peixe, sede de vinho (variante menos comum e mais figurada)
Relacionados
- Quem tudo quer, tudo perde.
- Não se pode ter o queijo e comê‑lo.
- Não se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Contrapontos
- Em contextos de abundância moderna, muitas vezes é possível conciliar desejos que outrora eram incompatíveis; o provérbio simplifica realidades complexas.
- Nem sempre querer algo melhor é falta de sentido prático — ambição e procura de melhoria podem ser positivos, não apenas indicação de incoerência.
- Em situações de negociação, insistir em condições melhores pode ser estratégia válida, não apenas indecisão ou avareza.
Equivalentes
- Inglês
You can't have your cake and eat it too / Can't have it both ways. - Francês
On ne peut pas avoir le beurre et l'argent du beurre. - Espanhol
No se puede estar en misa y en la procesión (ou No se puede tener todo).