Gabem-se couves que há nabos no caldo.
Elogiam-se coisas superficiais ou irrelevantes enquanto persiste um problema principal ou falta algo essencial.
Versão neutra
Elogiam-se as couves quando o caldo tem nabos.
Faqs
- Quando posso usar este provérbio?
Use-o para criticar situações em que se privilegiam aparências, detalhes ou elogios superficiais em detrimento de problemas prioritários e não resolvidos. - É ofensivo chamar alguém a atenção com este provérbio?
Depende do tom e do contexto. É irónico e crítico; em ambientes sensíveis pode ser percebido como acusador. Recomenda-se usá‑lo com parcimónia. - Tem origem conhecida?
Não há registo documental preciso; trata‑se de um ditado popular com matriz rural, ligado ao vocabulário da cozinha e da agricultura. - Existe uma versão moderna ou mais simples?
Sim: «Elogiam‑se as couves quando o caldo tem nabos.» Ou expressões equivalentes como «estão a focar‑se nas aparências em vez do essencial».
Notas de uso
- Usa-se de forma crítica ou irónica quando alguém valoriza aparências ou detalhes enquanto negligencia o essencial.
- Aplicável em contextos políticos, empresariais, domésticos e sociais para apontar prioridades trocadas.
- Registo informal; adequado em conversas coloquiais, crónicas ou comentários críticos. Evitar em contextos excessivamente formais sem explicação.
- Pode implicar censura ou desdém pelo comportamento alvo do provérbio; usar com cuidado para não soar ofensivo.
Exemplos
- A autarquia anuncia pequenas melhorias no jardim enquanto as necessidades básicas da água não são resolvidas — gabem-se couves que há nabos no caldo.
- Na reunião, passaram horas a discutir o design do folheto quando o produto principal ainda não estava pronto; parecia o caso de 'gabem-se couves que há nabos no caldo'.
- Ela elogiou a embalagem do presente, mas ninguém tratou do problema principal; era um elogio às couves com nabos no caldo.
Variações Sinónimos
- Elogiam-se as couves enquanto há nabos no caldo.
- Gabem-se couves, que há nabos no caldeirão.
- Louvam-se aparências enquanto o essencial falta.
- Pôr o foco nas aparências em vez do essencial.
Relacionados
- Tapar o sol com a peneira (tentar esconder um problema evidente)
- Pôr a carroça à frente dos bois (prioridades invertidas)
- Metade do trabalho em aparências, sem resolver o essencial
Contrapontos
- Primeiro resolvem-se os problemas essenciais; depois cuidam-se os pormenores.
- Valorizar o que é substancial antes de elogiar aparências.
- Não confundir decoração com solução: o essencial é mais importante.
Equivalentes
- inglês
Polishing the brass on a sinking ship (dar importância a detalhes enquanto o projeto principal falha). - francês
Mettre de la poudre aux yeux (enganar com aparência, dissimular problemas sérios atrás de aparências). - espanhol
Adornar lo superficial mientras falta lo esencial (forma descritiva equivalente; não há expressão única idêntica em todas as regiões).