Ladrão de tostão, ladrão de milhão.
Pequenos actos de desonestidade são indício de carácter e podem evoluir para delitos mais graves.
Versão neutra
Quem começa por roubar pequenas quantias pode acabar por roubar grandes somas.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer sublinhar que a tolerância a pequenas transgressões pode favorecer comportamentos mais graves ou revelar um padrão de desonestidade. - Pode este provérbio justificar punições severas por pequenas faltas?
Não é uma justificação legal automática; serve mais como advertência moral. As respostas disciplinares devem ponderar contexto, proporcionalidade e causas subjacentes. - O provérbio tem aplicações fora do crime (por exemplo, na empresa)?
Sim. Em empresas, refere‑se a pequenas irregularidades contábeis, incumprimentos de regras ou negligência que podem escalar e causar prejuízos maiores. - Há situações em que o provérbio é enganador?
Sim. Quando um acto isolado resulta de erro, necessidade ou doença, assumir que implica futura delinquência pode ser injusto e estigmatizante.
Notas de uso
- Usa‑se para advertir contra tolerância com pequenos furtos ou incumprimentos; aplica‑se a questões éticas e de confiança.
- Frequentemente invocado em contextos familiares, empresariais ou disciplinares para justificar medidas preventivas.
- Não deve ser usado como prova legal: um pequeno delito isolado não prova, por si só, intenção de cometer crimes maiores.
- Pode ser mal aplicado se ignorar causas sociais ou patológicas (por exemplo, necessidade económica ou transtornos como cleptomania).
Exemplos
- O patrão explicou aos supervisores que não podia aceitar furtos nos armazéns: "Ladrão de tostão, ladrão de milhão" — pequenos desaparecimentos levam a grandes prejuízos.
- Ao repreender o filho por levar uma moeda sem pedir, a mãe disse que não era só pelo valor, mas pelo princípio: quem começa assim pode repetir.
Variações Sinónimos
- Ladrão de cêntimo, ladrão de milhão.
- Quem rouba pouco rouba muito.
- Quem começa por roubar pouco acaba por roubar muito.
Relacionados
- Dando a mão, leva o braço (sobre escalada de exigências/escalamento)
- Quem semeia ventos colhe tempestades (sobre consequências de actos)
- Pequenos atalhos levam a grandes problemas (aconselhamento contra atalhos éticos)
Contrapontos
- Um acto isolado de desonestidade não prova que alguém se tornará um grande criminoso; contexto e motivos importam.
- Aplicar uma regra rígida pode levar a punições desproporcionadas; deve considerar‑se reabilitação e causas subjacentes.
- Há situações de necessidade ou doença (por exemplo, cleptomania) em que o juízo moral simplista do provérbio é injusto.
Equivalentes
- inglês
Who steals a penny, steals a pound. - francês
Qui vole un œuf vole un bœuf. - italiano
Chi ruba un uovo ruba un bue. - espanhol
Quien hurta una vez, volverá a hurtar (variação aproximada).