Língua comprida, mão encolhida

Língua comprida, mão encolhida ... Língua comprida, mão encolhida

Advertência popular que associa falar demais (ou falar sem cuidado) à perda de bens, oportunidades ou generosidade — quem tem ‘língua comprida’ tende a ser pouco generoso ou a sofrer consequências por falar demais.

Versão neutra

Quem fala demais pode perder o que tem.

Faqs

  • O que significa exatamente este provérbio?
    Significa que a pessoa que fala demasiado, seja por mexericos ou por revelar demasiado, acaba por perder recursos, oportunidades ou mostra avareza — é uma advertência contra a displicência verbal e a falta de generosidade.
  • Posso usar este provérbio numa conversa formal?
    É preferível evitar em contextos formais. Tem tom crítico e popular; em ambiente profissional pode soar ofensivo ou descortês.
  • Tem uma origem conhecida?
    Não há origem documentada clara. É um provérbio de tradição oral presente em variantes por toda a área de língua portuguesa e em línguas vizinhas.
  • Quando não devo aplicar este provérbio a alguém?
    Não o use como ataque automático: nem toda pessoa faladora é avarenta nem falar implica perda. Avalie o contexto e as consequências concretas do discurso.

Notas de uso

  • Usa‑se para censurar alguém que fala excessivamente, espalha rumores ou é pouco generoso.
  • Tom: geralmente pejorativo e proverbial; adequado em registos informais e familiares, menos em contextos formais.
  • Pode referir tanto à tendência para a mexericos (falar demais e provocar problemas) como à avareza (muita fala, pouca dádiva).
  • Evitar emprego direto como ataque pessoal em contextos sensíveis — pode ser entendido como insulto.

Exemplos

  • O Manuel anda sempre a comentar a vida alheia e depois queixa‑se de não ter convites — língua comprida, mão encolhida.
  • Se não pararmos de revelar os planos da empresa, vamos ver as oportunidades a desaparecer; língua comprida, mão encolhida.

Variações Sinónimos

  • Língua longa, mão curta
  • Quem fala muito, dá pouco
  • Fala demais, pouco dá

Relacionados

  • Em boca fechada não entra mosca
  • Quem muito fala, acaba por se trair
  • Quem conta um conto, acrescenta um ponto

Contrapontos

  • Falar com franqueza pode atrair apoio e ajuda; ser comunicativo nem sempre resulta em perda.
  • Generosidade e discurso não são necessariamente inversamente proporcionais — há pessoas que falam muito e são generosas.
  • Em certos contextos (ex.: angariação de fundos, defesa de causas) falar é necessário e vantajoso.

Equivalentes

  • español
    Lengua larga, mano corta (variante literal e popular em algumas zonas hispanofalantes)
  • english
    All talk and no action (aproximação que enfatiza falar sem dar ou agir)
  • français
    Beaucoup de parole, peu d'action (tradução aproximada)