Longa corda tira quem por morte alheia suspira.
Adverte que quem deseja ou trama a morte de outrem pode acabar por sofrer as consequências ou ser vítima do próprio plano.
Versão neutra
Quem deseja a morte de outra pessoa arrisca‑se a ser prejudicado pelo seu próprio desejo.
Faqs
- O que significa 'longa corda' neste provérbio?
'Longa corda' é uma imagem metafórica que sugere um instrumento ou processo prolongado capaz de virar contra quem o manipula — aqui simboliza o retorno das consequências para quem deseja mal a outro. - É um provérbio usado hoje em dia?
É compreensível, mas tem tom arcaico. Em discurso corrente preferem‑se variações mais curtas como 'quem semeia ventos colhe tempestades' ou expressões contemporâneas. - Quando devo usar este provérbio?
Quando se quer advertir alguém contra a vingança, a conspiração ou actos maliciosos, especialmente para sublinhar que tais actos podem ter repercussões para o autor. - O provérbio implica justiça sobrenatural ou legal?
Não especifica o mecanismo. É uma advertência moral sobre consequências que podem ser sociais, práticas ou fortuitas, não necessariamente uma declaração sobre justiça formal ou sobrenatural.
Notas de uso
- Usa‑se como aviso moral contra a vingança, a malícia ou a conspiração.
- Tom frequentemente admonitório; adequado para discussões sobre ética, justiça informal e consequências imprevisíveis de actos malévolos.
- Expressão de registo popular e algo arcaico; pode soar formal ou proverbial em linguagem corrente.
Exemplos
- Depois de tentar sabotar o rival na empresa, acabou despedido — longa corda tira quem por morte alheia suspira aplica‑se bem a esta situação.
- Aqueles que planeavam retaliar ao vizinho foram apanhados pela polícia; a moral da história é que quem trama mal a outrem pode ver o mal voltar para si.
Variações Sinónimos
- Quem semeia ventos colhe tempestades.
- Quem cava uma cova para outro aí próprio cairá.
- Quem com ferro mata, com ferro morre.
- Quem semeia o mal colherá o mal.
Relacionados
- karma / retribuição
- justiça poética
- consequências não intencionais
- advertência contra a vingança
Contrapontos
- Nem sempre quem deseja mal a outro sofre consequências imediatas ou directas; nem todo acto malévolo se volta automaticamente contra o autor.
- Em contextos legais, a punição deve ser imposta por instituições, não pela retribuição privada; o provérbio funciona mais como advertência moral do que como descrição de processos jurídicos.
- A expressão 'longa corda' é metafórica; em algumas leituras pode sugerir que a paciência ou demora pode evitar consequências, pelo que o sentido literal não se aplica sempre.
Equivalentes
- inglês
He who digs a pit for others falls into it. - espanhol
El que cava una fosa para otro, cae él mismo. - francês
Qui creuse un trou pour les autres y tombe lui‑même. - alemão
Wer anderen eine Grube gräbt, fällt selbst hinein.