Mal casada é a mulher que não pare.
Afirma, de forma tradicional e normativa, que uma mulher que não tem filhos é considerada mal casada — reflete uma visão histórica que liga o sucesso do casamento à procriação.
Versão neutra
Dito tradicional que valoriza a procriação numa mulher casada, refletindo normas sociais históricas sobre família e herança.
Faqs
- Qual é a origem deste provérbio?
A origem é popular e imprecisa; desenvolveu‑se em sociedades onde a procriação tinha importância económica e social — garantir herdeiros, mão de obra e continuidade do agregado. Por isso, o dito reflete normas patriarcais históricas. - É aceitável usar este provérbio hoje em dia?
Na maioria dos contextos modernos não é aceitável sem clarificação crítica, porque promove uma visão redutora e sexista sobre o papel das mulheres. Pode ser citado em análises históricas ou literárias com contextualização. - Que alternativas usar para comunicar a mesma ideia histórica sem ofender?
Se o objetivo é explicar a mentalidade histórica, use formulações descritivas e neutras, por exemplo: «numa sociedade tradicional, considerava‑se que o casamento dependia da procriação». - Este provérbio aplica‑se apenas a mulheres que não têm filhos por opção?
Não: o provérbio não distingue causas (escolha, infertilidade, perda). A sua aplicação histórica era generalizadora e não refletia as circunstâncias individuais.
Notas de uso
- Encontrado em contextos históricos e comunitários em que a descendência assegurava herdeiros, trabalho e continuidade do agregado.
- Hoje é considerado um ditado de teor sexista e redutor; o seu uso público pode ser ofensivo.
- Pode surgir em textos literários ou etnográficos para ilustrar mentalidades antigas, mas exige contextualização crítica.
- Não se aplica a várias realidades contemporâneas: casamento sem filhos por escolha, problemas de fertilidade, famílias monoparentais e outras formas de família.
Exemplos
- Num livro de costumes do século XIX, surge a frase «mal casada é a mulher que não pare» como comentário às expectativas sobre o papel materno na família.
- Hoje, quando alguém repete «mal casada é a mulher que não pare», costuma ser alvo de crítica por reduzir o valor da vida de uma mulher à maternidade.
Variações Sinónimos
- Mulher sem filhos, casa sem alegria. (variante popular com sentido semelhante)
- Quem não dá filhos, não tem herdeiros. (expressão relacionada ao valor dado à procriação em termos de sucessão)
Relacionados
- «Filho é riqueza» (dito que iguala filhos a bens ou ganhos sociais)
- Provérbios e ditos que associam a família e os herdeiros ao estatuto social e económico.
Contrapontos
- Perspetiva contemporânea: o valor de uma pessoa ou de um casamento não depende de ter filhos.
- Argumento dos direitos individuais: a decisão de ter ou não ter filhos é uma escolha pessoal e não um critério moral para avaliar o casamento.
- Reconhecimento médico e social das dificuldades de fertilidade e da existência de famílias sem filhos por motivos além da vontade.
Equivalentes
- Inglês (tradução literal / comentário)
"A badly married woman is the one who does not bear children." — tradução literal; não há um provérbio corrente em inglês com o mesmo uso normativo. - Espanhol (tradução literal)
"Mal casada es la mujer que no pare." — tradução literal; reflete um dito de sentido semelhante quando aparece em variantes regionais. - Francês (tradução literal)
"Mal mariée est la femme qui n'enfante." — tradução literal, usada apenas para compreender o sentido; não é um provérbio comum no francês contemporâneo.