É preferível manter alguém ou algo problemático do que dispensá‑lo, porque a alternativa provavelmente será ainda mais desfavorável.
Versão neutra
Prefiro conservar algo (ou alguém) com problemas do que ficar sem isso, porque a alternativa pode ser pior.
Faqs
O que significa exactamente este provérbio? Significa que se prefere manter uma situação ou pessoa problemática porque se julga que a alternativa seria ainda pior ou mais incerta.
Em que contextos é apropriado usar‑lo? Em decisões práticas onde o custo, o risco ou a incerteza de mudar são avaliados como superiores ao incómodo atual — por exemplo, emprego, parcerias, bens materiais ou alianças políticas.
É um pensamento conservador ou negativo? Tem tendência conservadora: privilegia a estabilidade. Pode ser prudente em muitas situações, mas também servir de desculpa para evitar mudanças necessárias.
Notas de uso
Usa‑se para justificar a manutenção de uma situação insatisfatória quando a alternativa é vista como mais arriscada ou prejudicial.
Frequentemente aplicado a relações pessoais, empregos, colaborações ou acordos políticos/empresariais.
Tem conotação pragmática e conservadora: valoriza a estabilidade e a previsibilidade sobre a incerteza.
Não é uma recomendação absoluta — deve ser ponderado com avaliação de risco, ética e oportunidades de melhoria.
Exemplos
O carro já dá problemas, mas como não tenho dinheiro para comprar outro, mal com ele, pior sem ele — continuo a usá‑lo até conseguir poupar.
Na reunião, defendemos não despedir aquele técnico: mal com ele, pior sem ele, já que substituí‑lo seria dispendioso e arriscado.
Ela tolera algumas falhas no parceiro porque acredita que, mesmo com problemas, a separação traria mais dificuldades emocionais e financeiras.
Variações Sinónimos
Mais vale o diabo que se conhece do que o diabo que não se conhece.
Antes o mal conhecido do que o bem por conhecer.
Melhor o que se tem do que o que se pode vir a ter (variação popular).
Antes ruído conhecido do que silêncio incerto.
Relacionados
Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar (relacionado: prefere‑se a certeza).
Quem não arrisca não petisca (contraponto: defende tomar riscos pelo ganho).
Antes só do que mal acompanhado (contraste: sugere abandonar relações prejudiciais).
Contrapontos
Quando a situação é abusiva ou perigosa, ficar ‘pelo conhecido’ pode ser prejudicial e deve ser evitado.
Se há alternativas plausíveis e com baixo risco, optar pelo status quo por medo da mudança pode impedir melhoria.
Em contextos de crescimento pessoal ou inovação, aceitar um certo risco pode trazer benefícios superiores.
Equivalentes
inglês Better the devil you know than the devil you don't.
espanhol Más vale lo malo conocido que lo bueno por conocer.
francês Mieux vaut le diable connu que le diable inconnu.
italiano Meglio il diavolo conosciuto che il diavolo sconosciuto.