Mal maior é o que se encobre que o que se descobre.
Encobrir um erro ou crime costuma agravar as consequências; por vezes é pior do que o acto original.
Versão neutra
É mais prejudicial esconder um mal do que torná‑lo público.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer alertar para os riscos de esconder erros, faltas ou crimes e defender transparência e responsabilidade. Evitar uso acusatório sem contextos factuais. - Significa isto que devemos sempre denunciar tudo?
Não necessariamente. Há circunstâncias em que a divulgação pode causar mais danos. O provérbio sublinha um princípio geral: o encobrimento tende a agravar problemas, mas a decisão depende do contexto e dos riscos envolvidos. - Aplica‑se a instituições e a relações pessoais?
Sim. É usado tanto para casos institucionais (corrupção, escândalos) como para situações pessoais (hábitos, conflitos familiares) em que o segredo piora a situação.
Notas de uso
- Usa-se em contextos éticos, jurídicos e sociais para sublinhar o risco do segredo e do encobrimento.
- Aplicável a situações individuais (erros pessoais) e colectivas (corrupção, escândalos institucionais).
- Tom: pode ser moralizador; convém evitar empregá‑lo de forma acusatória sem provas.
- Não implica que revelar sempre seja a melhor opção — há situações em que exposição causa danos colaterais.
Exemplos
- Quando a empresa tentou encobrir o erro de fabrico, o problema alargou‑se e custou muito mais do que a correção imediata teria custado — mal maior é o que se encobre que o que se descobre.
- Num contexto familiar, esconder um vício pode destruir a confiança; muitas vezes é preferível admitir e procurar ajuda do que encobrir.
- Num caso de má gestão municipal, a tentativa de encobrimento levou a investigações mais profundas e sanções mais severas do que teria acontecido com uma admissão atempada.
Variações Sinónimos
- É pior encobrir do que revelar.
- O encobrimento agrava o mal.
- Mais grave é o que se esconde do que o que se mostra.
Relacionados
- Quem cala consente (relacionado com silêncio e cumplicidade).
- A mentira tem perna curta (sobre a fragilidade das falsidades quando confrontadas com a verdade).
- A verdade liberta (dizer a verdade evita consequências piores do que o encobrimento).
Contrapontos
- Em determinados casos, revelar pode causar danos imediatos a terceiros (por exemplo, pôr em risco pessoas vulneráveis), pelo que o silêncio temporário pode ser justificado.
- Proteção de privacidade ou estratégias de gestão de crise podem requerer discrição, não necessariamente encobrimento malicioso.
- Nem sempre a exposição garante resolução; em sistemas corruptos, denunciar pode trazer risco pessoal sem corrigir o problema.
Equivalentes
- Inglês
A cover‑up is often worse than the original wrongdoing. - Espanhol
Peor es el que encubre que el que descubre. - Francês
Il est pire de dissimuler le mal que de le révéler. - Latim (tradução aproximada)
Peius est malum celare quam palam facere.