Mal se dói o farto do faminto.
Quem tem abundância tem dificuldade em perceber a dor ou necessidade de quem passa fome; aponta falta de empatia dos privilegiados.
Versão neutra
Quem tem fartura dificilmente sente a dor de quem passa fome.
Faqs
- O que significa exactamente 'Mal se dói o farto do faminto'?
Significa que quem vive com abundância e sem necessidade tem dificuldade em compreender ou sentir a dor de quem vive na escassez; destaca uma lacuna de empatia entre situações diferentes. - Em que contextos posso usar este provérbio?
É apropriado em debates sobre desigualdade, análises sociais, textos literários ou conversas sobre empatia e responsabilidade social. Deve evitar-se em acusações directas sem contexto, por ter tom crítico. - O provérbio é ofensivo?
Não é intrinsecamente ofensivo, mas pode ser interpretado como uma crítica aos privilegiados. Usá-lo com sensibilidade reduz o risco de confronto.
Notas de uso
- Registo: formulação com traço arcaizante; usado tanto em linguagem literária como em crítica social.
- Sentido prático: serve para chamar a atenção para a incompreensão entre diferentes condições socioeconómicas.
- Tom: pode ser crítico ou acusatório — usar com cuidado em conversas sensíveis.
- Estrutura: 'Mal se dói' equivale a 'é pouco provável que sinta dor' ou 'dificilmente sente'.
Exemplos
- Quando se discutia cortes sociais, ele respondeu com este provérbio: 'Mal se dói o farto do faminto' — salientando que políticos confortáveis não entendem verdadeiramente a necessidade dos pobres.
- Numa conversa sobre voluntariado, Marta disse que o provérbio explicava por que muitos ricos se mostram indiferentes às filas dos centros de distribuição de alimentos.
Variações Sinónimos
- O farto não sabe a dor do faminto.
- Quem nunca teve fome não sabe o que é passar fome.
- Só quem sofre conhece a verdadeira dor.
Relacionados
- Quem não passa fome não sabe o que é fome.
- Cada um sabe onde lhe aperta o sapato.
- Aboletado não sabe da fome alheia.
Contrapontos
- Muitas pessoas abastadas sentem empatia e actuam em solidariedade; a vantagem económica não anula a capacidade de compaixão.
- A empatia pode ser desenvolvida por educação, contacto direto e sensibilização, pelo que a incompreensão não é sempre inevitável.
- Políticas públicas e programas de sensibilização reduzem a distância entre experiências e aumentam a compreensão mútua.
Equivalentes
- inglês
The full find it hard to feel the pain of the hungry / You don't know hunger until you've been hungry. - espanhol
Al que está harto no le duele el hambriento. - francês
Le rassasié ne ressent pas la douleur du famé. - alemão
Der Gesättigte fühlt kaum das Leid des Hungernden. - italiano
Chi è sazio difficilmente comprende la sofferenza dell'affamato.