O faminto não morre de fastio

O faminto não morre de fastio.
 ... O faminto não morre de fastio.

Quem carece de necessidades básicas não se preocupa com luxos ou aborrecimentos supérfluos.

Versão neutra

Quem está com fome não morre de tédio.

Faqs

  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Quando se quer sublinhar que, perante a falta de bens essenciais, as preocupações secundárias ou estéticas perdem importância. É mais adequado em contextos informais e pragmáticos.
  • O provérbio justifica comportamentos impróprios?
    Pode ser usado como justificativa para escolhas práticas, mas não legitima ações que violem princípios éticos ou a segurança pessoal. A expressão descreve uma prioridade, não uma justificação absoluta.
  • Tem origem histórica conhecida?
    Não há origem documentada precisa; trata‑se de um ditado tradicional da língua portuguesa, passado pela oralidade como observação sobre prioridades humanas.
  • É ofensivo aplicá‑lo a quem vive em pobreza?
    Depende do tom e do contexto. Aplicado sem sensibilidade, pode parecer insensível ou redutor; usado descritivamente, transmite uma realidade prática sem intenção pejorativa.

Notas de uso

  • Usa‑se para justificar atitudes práticas quando faltam bens essenciais: a prioridade é resolver a necessidade imediata, não procurar conforto ou requinte.
  • Tem tom pragmático e, por vezes, justificativo — pode servir para desculpar escolhas pouco elegantes ou economia de meios.
  • É apropriado em contextos informais; em contextos formais deve ser usado com cautela, pois pode soar insensível se aplicado a situações de privação séria.

Exemplos

  • O Paulo aceitou o primeiro trabalho que apareceu; disse que o faminto não morre de fastio e que precisava de pagar as contas.
  • Numa situação de emergência, recusámos discutir decoração: o faminto não morre de fastio — tratámos primeiro da comida e da segurança.

Variações Sinónimos

  • Quem tem fome, come o que há.
  • A necessidade não brinca.
  • Não se quer luxo quando falta o essencial.

Relacionados

  • A necessidade não tem lei.
  • Quem tem fome sonha com pão.
  • Mais vale o pão do que o ouro.

Contrapontos

  • Em contextos de privação prolongada, a falta de estímulos ou de esperança (fastio existencial) pode agravar a situação, pelo que reduzir tudo à gestão de necessidades imediatas pode ser redutor.
  • Nem sempre é aceitável ou desejável sacrificar princípios ou segurança apenas porque existe necessidade imediata — prioridades práticas não justificam todas as decisões.

Equivalentes

  • espanhol
    El hambriento no muere de hastío.
  • inglês
    A hungry man won't die of boredom.
  • francês
    Le faim ne meurt pas d'ennui.
  • alemão
    Ein Hungriger stirbt nicht an Langeweile.