Morre-se mais por comer e beber, do que de fome e de sede
Advertência de que os excessos (gula, abuso de bebidas, vida desregrada) causam mais mal do que a privação.
Versão neutra
Mais pessoas morrem por excessos do que por carência (fome ou sede).
Faqs
- Qual é a ideia principal deste provérbio?
A ideia é alertar para os perigos dos excessos—alimentares, alcoólicos ou de estilo de vida—sugerindo que em sociedades com abundância esses excessos matam mais do que a privação. - É um provérbio ofensivo ou moralista?
É uma advertência moral tradicional; pode soar julgadora se usada sem sensibilidade, mas geralmente funciona como conselho de moderação. - Este provérbio é sempre verdadeiro do ponto de vista factual?
Não universalmente. Epidemiologicamente, em muitos países ricos as doenças relacionadas com excesso (obesidade, alcoolismo) são causas importantes de morte, mas em regiões pobres a fome e a sede continuam a matar. O provérbio simplifica para efeito didáctico. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Ao aconselhar moderação em consumos, discutir saúde pública ou criticar desperdício e indulgência. Evitar em conversas sobre insegurança alimentar ou quando pode menosprezar quem sofre de privação. - Tem origem conhecida?
Não há registo de autor ou data precisos; trata‑se de um ditado popular transmitido oralmente na língua portuguesa.
Notas de uso
- Usa-se para aconselhar moderação na alimentação, no consumo de álcool ou em hábitos de vida.
- Aparece em contexto moral, de saúde pública ou como reparo sarcástico quando alguém exagera.
- Não implica que a fome e a sede não sejam perigosas; enfatiza sobretudo os riscos dos excessos numa sociedade de abundância.
Exemplos
- Quando o médico falou dos riscos da bebida, lembrou o provérbio: morre-se mais por comer e beber do que de fome e de sede.
- Disse-lhe para moderar o consumo de doces e fritos, lembrando que mais se morre por excessos do que por falta de comida.
- Num debate sobre prevenção, o director afirmou: 'Numa sociedade de abundância, é verdade que se morre mais por excessos do que por fome'.
Variações Sinónimos
- Morre-se mais de gula do que de fome.
- Mais se morre por comer e beber do que por passar fome e sede.
- Gula mata mais do que a fome.
Relacionados
- Quem muito come e bebe, pouco vive.
- A moderação é a melhor das receitas.
- Mais vale pouco e bem do que muito e mal.
Contrapontos
- Em contextos de escassez e pobreza, a fome e a desnutrição continuam a ser causas importantes de morte.
- Do ponto de vista médico, tanto o excesso (obesidade, alcoolismo) como a privação (desnutrição, desidratação) são perigosos; o provérbio simplifica essa realidade para transmitir uma lição moral.
- Algumas culturas interpretam o provérbio como crítica social à abundância e desperdício, não como negação das vítimas da fome.
Equivalentes
- Inglês
People die more from eating and drinking than from hunger and thirst (folk proverb). - Espanhol
Se muere más por comer y beber que de hambre y de sed. - Francês
On meurt plus en mangeant et en buvant qu'à cause de la faim et de la soif. - Alemão
Man stirbt öfter an Völlerei als an Hunger und Durst. - Italiano
Si muore più per mangiare e bere che di fame e di sete.