Mortos ao chão, vivos ao pão

Mortos ao chão, vivos ao pão ... Mortos ao chão, vivos ao pão

Quem sobrevive aproveita os recursos ou benefícios deixados pelos que morreram ou perderam.

Versão neutra

Os sobreviventes beneficiam dos recursos deixados pelos que morreram.

Faqs

  • O que significa este provérbio na prática?
    Significa que, em situações de perda ou desastre, os que permanecem tendem a aproveitar-se dos recursos, oportunidades ou «espólios» deixados pelos que desapareceram ou foram prejudicados.
  • É apropriado usar este provérbio em contextos formais?
    Depende. Pode ser entendido como contundente ou insensível em contextos que envolvam morte ou grande sofrimento. Em análises históricas ou sociológicas é aceitável; em comunicações oficiais ou junto de pessoas afetadas é preferível evitar.
  • Tem origem histórica conhecida?
    Não há uma origem claramente documentada; o provérbio segue um padrão comum a expressões que descrevem o aproveitamento dos sobreviventes após conflitos ou crises.

Notas de uso

  • Expressa uma ideia de oportunismo ou pragmatismo: os que ficam usufruem do que resta.
  • Aplica-se tanto a situações extremas (batalhas, catástrofes) como a contextos figurados (despedimentos, fusões, disputas).
  • Tomar este provérbio ao pé da letra pode justificar comportamentos eticamente controversos; é frequentemente usado de forma crítica ou irónica.

Exemplos

  • Depois do encerramento da fábrica, quem ficou com contactos e equipamentos acabou por lucrar — mort os ao chão, vivos ao pão, como se costuma dizer.
  • Na divisão de responsabilidades após o desastre, quem não perdeu nada acabou por assumir os melhores contratos; foi um claro caso de «mortos ao chão, vivos ao pão».
  • Quando a equipa foi reestruturada, os que permaneceram ficaram com as melhores rotinas e clientes — uma situação que ilustra bem o provérbio.

Variações Sinónimos

  • Mortos no chão, vivos ao pão
  • Mortos ao chão, vivos ao ganho
  • Quem fica, fica com o pão

Relacionados

  • A ocasião faz o ladrão (aproveitamento de oportunidades)
  • Em terra de cegos, quem tem um olho é rei (vantagem do sobrevivente)
  • Ao vencedor, as batatas/toques (variações sobre os ganhos do vencedor)

Contrapontos

  • Não justifica pilhagem, exploração ou falta de ética: o provérbio descreve um facto social, não uma norma moral.
  • Em sociedades organizadas, leis e códigos procuram impedir que os sobreviventes se apropriem indevidamente dos bens dos mortos.
  • O pragmatismo implícito pode colidir com valores de respeito pelos falecidos e pelas famílias.

Equivalentes

  • Inglês
    To the victor go the spoils / After the battle, the spoils go to the survivors
  • Espanhol
    En río revuelto, ganancia de pescadores (oportunismo em situações de crise)
  • Francês
    Au vainqueur les dépouilles (ao vencedor as despojas)