Os que dão conselhos certos aos vivos, são os mortos.
As observações que parecem sempre certas só são reconhecidas depois dos acontecimentos — frequentemente quando quem as daria já morreu; refere‑se ao fenómeno da sabedoria a posteriori.
Versão neutra
Só se reconhecem como certos muitos conselhos depois de os seus autores já não estarem vivos.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio em poucas palavras?
Significa que muita gente só reconhece conselhos como corretos depois de os acontecimentos os terem validado, frequentemente quando já não é possível beneficiar deles. - Quando é adequado usá‑lo?
Quando se quer criticar a tendência de desvalorizar avisos antecipados ou lamentar que se só se valorize a razão depois dos factos. - Implica que os mortos são realmente mais sábios?
Não. É uma metáfora sobre percepção e timing: a morte não aumenta a sabedoria, mas as consequências confirmam ou desmentem conselhos.
Notas de uso
- Usa‑se para criticar a tendência de dar crédito só a opiniões confirmadas pelo resultado, ou para lamentar que se ignorem conselhos úteis enquanto ainda é tempo.
- Registo: irónico e reflexivo; aparece em debates sobre memória, tradição, e a valorização da experiência alheia.
- Pode aludir também ao valor literário ou moral de ensinamentos deixados por pessoas falecidas (obras, epitáfios, memórias).
- Não implica literalmente que apenas os mortos são sábios — trata‑se de uma observação sobre percepção e timing.
Exemplos
- Quando a empresa seguia uma ideia arriscada e fracassou, muitos lembraram que um gestor antigo tinha avisado — os que dão conselhos certos aos vivos, são os mortos, comentou um director.
- Na discussão sobre a política de saúde, ouviu‑se: "Infelizmente, só depois dos cortes é que muitos lembraram o aviso do especialista — os que dão conselhos certos aos vivos, são os mortos."
Variações Sinónimos
- Só depois se vêem certos conselhos como certos.
- Os avisos valiosos só recebem crédito quando já é tarde.
- A sabedoria a posteriori vem sempre tarde.
Relacionados
- É fácil ser sábio depois do acontecimento (hindsight bias).
- Depois do naufrágio todos são marinheiros (criticando a crítica fácil depois dos factos).
- Quem viveu sabe; quem morreu tem razão (forma irónica de expressar aceitação póstuma).
Contrapontos
- Mais vale prevenir do que remediar (valoriza agir antes).
- Quem tem boca vai a Roma (incentiva pedir e aceitar orientação activa).
- Aprende com quem vive — os conselhos práticos dos presentes também contam.
Equivalentes
- inglês
It's easy to be wise after the event. - espanhol
Es fácil ser sabio a posteriori. - francês
Il est facile d'être sage après coup.