Sugere que quem fala demasiado perde aptidão ou concentração para trabalhos delicados; historicamente usado para criticar mulheres faladoras.
Versão neutra
Pessoa faladora tende a descuidar trabalhos finos que exigem concentração.
Faqs
Este provérbio é usado apenas para mulheres? Tradicionalmente sim: a forma dirige-se a mulheres (palradeira/fiandeira). Contudo, o conceito subjacente — que falar demasiado prejudica a execução de tarefas finas — pode aplicar-se a qualquer pessoa.
Posso usar este provérbio hoje em dia? Deve ter-se cuidado. Em contextos informais ou humorísticos pode ser entendido, mas é potencialmente ofensivo por reforçar estereótipos de género. É preferível usar uma versão neutra.
O que significa 'fiandeira'? 'Fiandeira' é quem fia — ou seja, transforma fibras (lã, algodão) em fio — uma actividade manual que exige atenção e destreza.
Qual é a intenção original deste provérbio? A intenção era caracterizar a fala excessiva como distracção face a tarefas que exigem cuidado, servindo muitas vezes para censurar comportamentos sociais considerados impróprios, especialmente em mulheres.
Notas de uso
Palavra-chave: 'palradeira' = pessoa muito faladora; 'fiandeira' = quem fia (trabalha com fio, fiando lã/algodão).
Frase tradicionalmente dirigida a mulheres e reflecte estereótipos de género sobre comportamento e atividade doméstica.
Uso contemporâneo: considerado antiquado e potencialmente ofensivo; pode ser citado em análises culturais ou de forma irónica.
Pode ser parafraseado de forma neutra para criticar perda de concentração indiferentemente do género.
Exemplos
No contexto rural antigo, dizia-se muitas vezes «mulher palradeira, fraca fiandeira» quando alguém conversava demasiado enquanto fiava.
Hoje em dia, usar o provérbio pode ser interpretado como sexista; é mais claro afirmar: quem fala muito perde concentração nas tarefas delicadas.
Variações Sinónimos
Mulher faladora, má fiandeira
Quem muito fala, pouco faz
Pessoa que fala demais, trabalha menos
Relacionados
Quem muito fala, pouco acerta
Casa onde se faz pouco, ouve-se muito
Quem fala muito, engana-se
Contrapontos
Falar pode ser útil: comunicar ideias, coordenar tarefas e liderar projetos exige expressão verbal.
Silêncio nem sempre equivale a competência; a atenção e a habilidade podem existir independentemente do grau de conversação.
Hoje valoriza-se também a partilha verbal como forma de aprendizagem e cooperação, não apenas como distracção.
Equivalentes
inglês Empty vessels make the most noise. (equivalente aproximado: quem faz muito barulho diz pouco de substância)
espanhol Quien mucho habla, poco hace. (aproximação neutra sem foco de género)
francês Beaucoup de bruit pour rien. (aproximação: muito ruído por nada)