Não fies, nem confies, nem filho de outro cries.
Aconselha a prudência: não conceder crédito, não confiar cegamente e não assumir a responsabilidade de criar filhos alheios.
Versão neutra
Não emprestes a crédito, não confies cegamente e não assumes a criação de filhos que não são teus.
Faqs
- O que significa exactamente 'fies' neste provérbio?
'Fies' vem do verbo 'fiar', que em português significa vender a crédito ou emprestar/entregar bens sem pagamento imediato. No provérbio refere‑se a não conceder crédito ou favores materiais sem garantias. - Por que se menciona 'filho de outro'? É literal?
Originalmente tem sentido literal: evitar assumir a criação ou encargos de filhos que não são nossos. Metaforicamente, pode significar não assumir responsabilidades alheias que não se está disposto a suportar. - O provérbio desaconselha sempre ajudar os outros?
Não necessariamente. É uma advertência contra confiança e responsabilidade indiscriminadas. Em laços familiares e emergências, a ajuda continua a ser válida; o provérbio aconselha prudência, não proíbe solidariedade. - Em que contextos é mais usado?
Usa‑se em conselhos financeiros (recusar fiado), em avisos sobre confiança pessoal e quando se discute assumir encargos parentais ou tutela de outra pessoa.
Notas de uso
- Usa‑se para advertir contra a facilidade em emprestar dinheiro ou bens a terceiros sem garantias.
- Aplica‑se também a relações de confiança pessoal: avisa contra confiar em pessoas sem provas de fiabilidade.
- Refere‑se, ainda, a não tomar sobre si a responsabilidade parental por filhos que não são seus, no sentido de não se expor a encargo emocional ou financeiro desproporcionado.
- Tomar o provérbio ao pé da letra pode ser considerado excessivamente cauteloso em contextos de solidariedade familiar e comunitária; o uso costuma ser aconselhador ou preventivo.
- Registo: coloquial, utilizado em conversas informais e conselhos práticos.
Exemplos
- O lojista recusou fiar o cliente depois de várias compras em atraso — disse: 'Não fies, nem confies, nem filho de outro cries'.
- Quando a sobrinha pediu para o pai dela tomar conta do filho porque ia viajar sempre a trabalho, a avó respondeu: 'Quem muito dá, pouco tem; não fies, nem confies, nem filho de outro cries', aconselhando cautela.
- Ao discutir empréstimos entre amigos, Maria lembrou o provérbio para justificar que não queria pôr em risco as suas finanças ao fiar sem receber garantias.
Variações Sinónimos
- Não emprestes, não confies e não cries filho alheio.
- Não fies, não confies, não tomes conta do filho de outrem.
- Não emprestes crédito, não confies cegamente, nem assumes criação alheia.
Relacionados
- Não ponhas a mão no fogo por ninguém (não te comprometas sem certezas).
- Deitar dinheiro ao mar (desperdiçar recursos ao emprestar sem retorno).
- Quem dá, pouco tem (advertência contra generosidade sem limite).
Contrapontos
- Em situações de emergência ou entre família, emprestar e confiar pode ser necessário e solidário: a ajuda mútua fortalece laços sociais.
- Assumir a educação de uma criança alheia pode ser um acto de amor e protecção; nem sempre é exploração ou risco.
- Excesso de cautela pode impedir relações de confiança e cooperação essenciais no dia a dia.
Equivalentes
- Inglês
Don't give credit, don't trust blindly, and don't raise another person's child. - Espanhol
No fiar, ni confiar, ni criar hijo ajeno. - Francês
Ne prête pas, ne fais pas confiance et n'élève pas l'enfant d'autrui. - Alemão
Gib keinen Kredit, vertraue nicht blind und zieh nicht das Kind eines anderen groß.