Valorização do que é real e concreto em detrimento do hipotético; também expressão de apreço pelo que temos (o «nascido») em contraste com o imaginado.
Versão neutra
Não há nada como o que já nasceu (ou: só conta o que existe de facto).
Faqs
O que significa este provérbio? Significa que o que é real e já existe tem mais peso do que o que é apenas hipotético; também expressa um apreço pelo que se tem, por exemplo um filho já nascido.
Quando devo usar este provérbio? Use-o em conversa informal para sublinhar que só contam os factos consumados, ou para mostrar afecto/prioridade pelo que já existe. Em contextos formais prefira uma formulação mais direta.
Tem origem histórica conhecida? Não há origem documentada clara para esta formulação; trata‑se de um refrão de sabedoria popular na língua portuguesa, possivelmente pouco usado em textos modernos.
É ofensivo ou discriminatório? Não; é uma expressão neutra que valoriza o real sobre o hipotético. Pode, no entanto, ser interpretada como conservadora se aplicada a escolhas pessoais sensíveis.
Notas de uso
Registo: popular, neutro; pode soar tradicional ou arcaico dependendo do contexto.
Uso principal: sublinhar que só conta o que já existe ou aconteceu, não as suposições ou expectativas.
Também usado em contexto familiar para afirmar preferência ou apego pelo próprio filho ou pelo que já foi gerado.
Evitar em contextos formais onde uma linguagem mais direta e moderna seja preferível.
Exemplos
Podemos planear muitos filhos, mas não faz sentido comparar ideias: não há tal filho como o nascido — o que importa é o que já existe.
Mesmo que o primo seja um génio, a avó dizia que preferia o neto que tinha criado: não há tal filho como o nascido.
Discutiram várias hipóteses para o projeto, mas o director lembrou que, no fim, não há tal filho como o nascido — é preciso olhar para o produto final.
Variações Sinónimos
Não há nada como o original.
Só o que existe conta.
O real supera o hipotético.
Relacionados
Não há nada como o original.
Vale mais um pássaro na mão do que dois a voar.
A grama do vizinho parece sempre mais verde (como contraponto ao apreço pelo que se tem).
Contrapontos
A grama do vizinho é sempre mais verde — sugere que o que não temos pode parecer melhor.
Nunca digas 'desta água não beberei' — lembra que as realidades mudam e o hipotético pode tornar-se real.
Equivalentes
inglês There's no substitute for the real thing. / There's no child like one's own.
espanhol No hay hijo como el nacido. / No hay nada como el original.
francês Il n'y a rien de tel que le vrai (ou l'original).
alemão Es gibt nichts Besseres als das Original. (Wörtlich: Es gibt kein Kind wie das Geborene.)