Não metas em casa quem dois olhos haja, senão trigo e cevada.

Não metas em casa quem dois olhos haja, senão tr ... Não metas em casa quem dois olhos haja, senão trigo e cevada.

Aconselha cautela ao admitir estranhos em casa: só receber quem traz provas de utilidade ou sustento.

Versão neutra

Não admitas em tua casa desconhecidos sem garantias ou sem algo que contribuam.

Faqs

  • Significa que não devemos ajudar quem pede abrigo?
    Não necessariamente. O provérbio ressalta prudência e reciprocidade: sugere exigir garantias ou contribuição quando os custos são relevantes, mas não invalida actos de ajuda em casos de necessidade legítima.
  • De onde vem a referência a 'trigo e cevada'?
    Trigo e cevada simbolizam alimentos básicos nas comunidades agrícolas antigas. Receber alguém implicava custos de mantimento; exigir 'trigo e cevada' significava pedir que a pessoa contribuísse para esse custo.
  • É um provérbio ainda aplicável hoje?
    Sim, na forma figurada: aconselha verificação de referências e cautela ao confiar em desconhecidos, por exemplo ao aceitar inquilinos, funcionários ou parceiros.
  • Há riscos em usar este provérbio?
    Sim — se usado de modo indiscriminado pode justificar exclusão ou discriminação. Deve ser interpretado considerando contexto ético e legal.

Notas de uso

  • Usado para expressar precaução perante desconhecidos ou pedidos de abrigo/apoio.
  • Refere-se a uma tradição rural em que aceitar alguém em casa implicava custo; por isso valorizava‑se quem contribuía (trigo e cevada simbolizam alimento).
  • Hoje é aplicado de forma figurada a situações de confiança, emprego ou parcerias: não dar acolhimento sem garantias.
  • Não implica necessariamente hostilidade; pone ênfase na prudência e na reciprocidade.

Exemplos

  • Quando o homem da aldeia lhe pediu abrigo por uma noite, ela lembrou‑se do provérbio: não metas em casa quem dois olhos haja, senão trigo e cevada, e ofereceu apenas comida fora de horas, sem hospedagem permanente.
  • Ao avaliar candidatos para a pensão, o proprietário seguiu a mesma ideia: só aceitou hóspedes que apresentassem referências ou reservas pagas.
  • Num contexto empresarial moderno: não contrates alguém para uma posição sensível sem referências e provas de competência — princípio semelhante ao provérbio.

Variações Sinónimos

  • Não abras a porta a desconhecidos sem garantia.
  • Quem não traz pão, não entra em casa.
  • Não acolhas sem ver o que traz.

Relacionados

  • Não abras a porta a quem bater de noite.
  • Casa e cama não se emprestam.
  • Cautela e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém.

Contrapontos

  • Aplica‑se com cautela: excessiva desconfiança pode impedir actos legítimos de caridade e solidariedade.
  • Em situações de necessidade extrema (refugiados, vítimas) a ética e a lei podem sobrepor‑se à máxima da reciprocidade imediata.
  • Há riscos de conotações discriminatórias se o provérbio for usado para recusar pessoas por origem ou aparência sem avaliação justa.

Equivalentes

  • Inglês
    Don't let anyone into your house unless they bring something (literal: 'Don't let in someone with two eyes unless they bring wheat and barley'); advises caution with strangers.
  • Espanhol
    No metas en casa a quien dos ojos tenga, si no trigo y cebada (equivalente literal y uso para advertir sobre admitir desconocidos sin garantía).
  • Francês
    N'entreprends pas d'héberger un inconnu sans garantie (equivalent sensé: prudence envers ceux que l'on reçoit).