Não se pode deixar de atirar carne às feras.

Não se pode deixar de atirar carne às feras.
 ... Não se pode deixar de atirar carne às feras.

Se se cria uma situação que convida a um comportamento previsível e perigoso, não se pode culpar apenas quem reagiu dessa maneira.

Versão neutra

Quem coloca carne diante das feras não pode culpar as feras por atacarem.

Faqs

  • O que significa este provérbio em poucas palavras?
    Significa que, quando se cria ou facilita uma situação que convida a determinado comportamento previsível e perigoso, não se pode ficar apenas a apontar o dedo a quem reagiu dessa maneira.
  • Quando devo evitar usar este provérbio?
    Deve evitar‑se quando existe risco de culpar a vítima ou justificar actos ilícitos e violentos. Também não é adequado se a reação não era previsível ou se a culpa é claramente do agente agressor.
  • É um provérbio ofensivo?
    Não é intrinsecamente ofensivo, mas pode ser insensível ou usado para victim‑blaming; use‑o com cautela e consciência do contexto.

Notas de uso

  • Usa-se para indicar responsabilidade por consequências previsíveis quando se fornece a oportunidade ou tentação.
  • Registo: maioritariamente informal; pode surgir em comentários críticos ou justificativos.
  • Cuidado: a expressão pode ser usada para justificar ou minimizar a culpa de quem causa dano. Evitar empregá‑la para culpar vítimas.
  • Não é apropriada quando as ações perigosas são imprevisíveis ou quando a responsabilidade recai claramente sobre o agressor.

Exemplos

  • Se deixas documentação confidencial sem segurança, não te admiras que apareça online — não se pode deixar de atirar carne às feras.
  • Ao publicar comentários inflamados só para provocar cliques, já sabias que vinham respostas agressivas; não se pode deixar de atirar carne às feras.
  • Entrar num mercado sem estudar a concorrência e depois queixar‑se da agressividade dos concorrentes é o mesmo que atirar carne às feras.

Variações Sinónimos

  • Quem põe a mão na fogueira que se queime (semelhante na ideia de assumir risco).
  • Quem dá milho às galinhas não se queixe depois (variação coloquial).
  • Não se pode provocar e depois dizer‑se surpreendido (forma descritiva).

Relacionados

  • Quem semeia ventos colhe tempestades
  • Quem põe a mão no lume que se queime
  • Não se chora sobre o leite derramado (diferença: foco na inevitabilidade do erro)

Contrapontos

  • Nem sempre a responsabilidade é de quem oferece a oportunidade — ninguém merece ser agredido; cuidado com o victim‑blaming.
  • Algumas ações constituem crimes ou atentados à integridade, independentemente da provocação.
  • A expressão pode ser usada para justificar comportamento abusivo; é um argumento falacioso quando desloca totalmente a culpa.

Equivalentes

  • inglês
    You can't blame the beasts for eating the meat you throw to them.
  • espanhol
    No se puede culpar a las fieras por comer la carne que se les arroja.
  • francês
    On ne peut pas blâmer les bêtes de manger la viande qu'on leur jette.