Não vejas por extremos, nem chores por dós alheios.
Conselho à moderação: evita juízos e reacções extremas e não te deixes levar por compaixão exagerada ou por comoção alheia.
Versão neutra
Não olhes apenas para os extremos, nem chores por dó alheio.
Faqs
- O que significa 'dós' neste provérbio?
'Dós' é uma forma arcaica de 'dó', que significa compaixão ou piedade. Hoje dir‑se‑ia 'dó alheio'. - Quando devo usar este provérbio?
Usa‑o para aconselhar alguém a manter equilíbrio emocional e prudência no julgamento, especialmente quando há tendência para extremos ou para ser manipulado pela comoção alheia. - O provérbio desencoraja a empatia?
Não necessariamente. Incentiva a empatia temperada pela razão: não proíbe sentir compaixão, mas aconselha a não agir de forma desproporcional ou sem ponderação.
Notas de uso
- Usa‑se para aconselhar equilíbrio no julgamento e nas emoções, especialmente quando alguém tende a tomar posições radicais ou a sofrer excessivamente pela situação dos outros.
- A palavra 'dós' é arcaica; hoje usaria 'dó' (compaixão/piedade).
- Pode aplicar‑se tanto a decisões práticas (políticas, profissionais) como a reacções pessoais (solidariedade, pena).
- Não pretende negar empatia, mas advertir contra reacções desproporcionadas ou manipulações emocionais.
Exemplos
- Ao avaliar o desempenho da equipa, lembrou‑se do provérbio: não olhes apenas para os extremos, nem chores por dó alheio — procura factos e moderação.
- Quando ouviu as histórias dramáticas, preferiu ponderar em vez de se comover imediatamente: não vejas por extremos, nem chores por dó alheio.
- Num debate político, alguém citou o provérbio para pedir que se evitassem posições radicais e reacções emotivas sem análise.
Variações Sinónimos
- Não te deixes levar pelos extremos.
- Não julgues pelos excessos, nem te comoves demais pela miséria alheia.
- Moderação nas opiniões; comedimento na compaixão.
Relacionados
- Nem tudo é preto ou branco (evitar pensar em termos absolutos).
- Meio termo é prudente (valorização da moderação).
- Quem muito ama, pouco sabe (advertência contra atitudes desmedidas).
Contrapontos
- Há situações morais em que tomar uma posição firme, mesmo extrema, é necessário (ex.: defesa de direitos fundamentais).
- A empatia e a compaixão activa podem exigir envolvimento profundo — não convém confundir moderação com indiferença.
- Algumas injustiças exigem reacções vigorosas para serem corrigidas; evitar sempre os extremos pode perpetuar o problema.
Equivalentes
- espanhol
No mires solo los extremos, ni llores por compasión ajena. - inglês
Don't judge by extremes, nor weep only out of pity for others. - francês
Ne te fie pas aux extrêmes, et ne pleure pas uniquement par pitié pour autrui.