No boticário está a chave do médico, e no escrivão, a do feito.

No boticário está a chave do médico, e no escri ... No boticário está a chave do médico, e no escrivão, a do feito.

Indica que os intermediários ou os que detêm registos e chaves controlam o acesso, a execução e, por conseguinte, o poder sobre decisões e bens.

Versão neutra

Quem controla os intermediários e os registos controla o acesso e o resultado das decisões.

Faqs

  • O que significa este provérbio em poucas palavras?
    Significa que quem ocupa posições intermédias ou controla chaves e registos tem influência decisiva sobre o acesso e o resultado das ações.
  • Quando posso usar este provérbio?
    Use‑o para comentar situações em que o poder efetivo está nas mãos de intermediários, por exemplo em burocracia, arquivos, registos ou pessoas que controlam recursos essenciais.
  • É um provérbio crítico ou apenas observacional?
    Pode ser ambos: observacional quando descreve um facto, e crítico quando denuncia concentração de poder e falta de transparência.
  • Tem origem conhecida ou autor identificado?
    Não há autor identificado; é de origem popular tradicional e evoca instituições antigas (boticário, escrivão).

Notas de uso

  • Usa‑se para criticar ou alertar para o poder de quem ocupa posições intermédias (administrativas, comerciais ou burocráticas).
  • Aplica‑se tanto em contextos concretos (farmácia, cartório) como em metáforas sobre controlo de informação ou recursos.
  • Pode ser enunciado de forma observacional (constatar uma realidade) ou de tom censório (denunciar abuso de poder).
  • Hoje é frequentemente utilizado em contextos institucionais para sublinhar a importância da transparência e da supervisão.

Exemplos

  • Numa empresa onde só o departamento financeiro tem os relatórios, 'no boticário está a chave do médico' — quem detém os ficheiros decide a estratégia.
  • Quando os contratos só são arquivados pelo escrivão e ninguém os pode consultar, aplica‑se o provérbio: o intermediário tem o poder sobre o que foi feito.
  • Num município em que o chefe do gabinete controla as nomeações e documentos, os moradores comentaram que, segundo o velho ditado, 'no boticário está a chave do médico'.

Variações Sinónimos

  • Quem tem a caneta manda.
  • Quem tem a chave, tem o poder.
  • A caneta é mais poderosa que a espada.

Relacionados

  • Quem tem a chave, tem a casa (variação alusiva ao controlo físico).
  • Quem tem a caneta manda (poder através da escrita/registro).
  • Transparência e controlo: provérbios e ditos sobre poder e intermédios.

Contrapontos

  • Sistemas de controlo e fiscalização — a ideia de que o poder dos intermediários deve ser limitado por procedimentos públicos.
  • Registos públicos e acesso aberto — reduzir o poder concentrado de quem detém documentos ou chaves.
  • Separação de funções e auditorias — mitigam o risco de abuso por parte de intermediários.

Equivalentes

  • inglês
    He who holds the records holds the power (quem detém os registos detém o poder).
  • espanhol
    Quien tiene la llave, tiene el poder (quem tem a chave tem o poder).
  • francês
    Celui qui possède les archives possède le pouvoir (quem possui os arquivos possui o poder).