No campo não se raspam queijos.
Advertência contra explorar ou exigir o último recurso de quem tem pouco; apela ao respeito e à moderação perante a escassez alheia.
Versão neutra
Não se deve aproveitar do pouco que alguém tem.
Faqs
- Quando se deve usar este provérbio?
Usa‑se para advertir alguém contra explorar ou exigir mais do que é justo a quem tem poucos recursos, ou para lembrar cortesia e moderação em partilhas. - É um provérbio ofensivo?
Geralmente não; é um conselho moral. Pode soar repreensivo se usado para criticar alguém por ser exigente, mas não carrega insulto direto. - Qual a origem desta expressão?
A origem exacta é desconhecida. Trata‑se de sabedoria popular com raiz rural, transmitida oralmente em comunidades agrícolas.
Notas de uso
- Usa‑se sobretudo para aconselhar generosidade ou contenção quando se lida com pessoas de poucos meios.
- Tom e contexto: conselho moral, normalmente dito de forma moderada ou como reprimenda amigável.
- Registo: informal e regional; mais comum em meios rurais ou quando se evoca tradições campestres.
- Não é literal — refere‑se ao comportamento perante bens escassos, não apenas a queijo.
Exemplos
- Foste à festa da aldeia e viste o pão a acabar; lembra‑te do provérbio: no campo não se raspam queijos — não peques pela última fatia.
- O patrão sugeriu que pedíssemos às famílias que já contribuíram para darem ainda mais; o João respondeu: 'No campo não se raspam queijos.'
- Quando existia pouco para todos, a avó repetia que, na comunidade, havia de se repartir com cuidado — no campo não se raspam queijos.
Variações Sinónimos
- Na aldeia não se tira o último pedaço
- Não se mexe no pouco que há
- Não se tira o pão da boca de ninguém
- Não se tira o último bocadinho
Relacionados
- Não se tira o pão da boca de ninguém
- Quem tem pouco, dá pouco (senso comum, não provérbio clássico)
- Partilha o pão — sabedoria popular sobre dividir o escasso
Contrapontos
- Em transações comerciais ou quando se exige justiça (por exemplo, cobrar uma dívida legítima), o provérbio não é aplicável.
- Situações em que a segurança ou o bem‑estar coletivo exige retirar recursos a alguém (por exemplo, por ordem judicial) não são cobertas pelo conselho do provérbio.
- Em contextos urbanos de abundância, a expressão perde relevância prática e passa a ser apenas metafórica.
Equivalentes
- en
Don't take the last slice (no exact proverb; similar idea: don't take advantage of the poor) - es
En el pueblo no se toca lo poco que hay (equivalente aproximado, expressão coloquial) - fr
On ne touche pas au peu qu'on a (equivalente aproximado em francês)