No jogo, começa-se por ser logrado e acaba-se por ser ladrão

No jogo, começa-se por ser logrado e acaba-se por ... No jogo, começa-se por ser logrado e acaba-se por ser ladrão

Alerta para a transformação de vítimas em perpetradores: quem é repetidamente enganado ou aceita fraudes pode acabar por adoptar o mesmo comportamento e roubar.

Versão neutra

Num jogo, quem começa por ser enganado pode acabar por enganar os outros.

Faqs

  • O que significa este provérbio?
    Significa que, em contextos onde o engano e a impunidade são frequentes, há o risco de que as vítimas passem a adoptar os mesmos comportamentos desonestos, tornando‑se perpetradores.
  • Em que situações se usa?
    Emprega‑se para criticar ambientes corruptos ou tolerantes com fraudes — por exemplo em jogos de apostas manipulados, empresas com práticas ilícitas ou instituições públicas com corrupção.
  • O provérbio justifica o roubo?
    Não. Trata‑se de uma observação sobre efeitos sociais e morais; não é uma desculpa legal ou ética para cometer crimes.
  • É um provérbio muito usado atualmente?
    É reconhecível em português, especialmente em comentários sobre corrupção e imoralidade, mas não é dos mais citados rotineiramente como outros provérbios tradicionais.

Notas de uso

  • Usa‑se para comentar situações em que a tolerância ao engano, à injustiça ou à impunidade tende a corromper comportamentos.
  • Aplica‑se a jogos de azar, ambientes profissionais, contextos políticos e relações sociais onde há práticas ilícitas ou eticamente duvidosas.
  • Tem um tom de advertência moral e sociológica, não uma justificação para o furto; insinua causalidade possível, não inevitabilidade.
  • Registo: popular / proverbial; apropriado em comentários informais e em textos de opinião, menos em contextos académicos sem clarificação.

Exemplos

  • Depois de meses a perder por causa das fraudes internas na empresa, ele acabou por roubar documentos — como diz o provérbio: no jogo, começa‑se por ser logrado e acaba‑se por ser ladrão.
  • A corrupção institucional criou uma cultura onde os funcionários se tornaram cúmplices; é o caso do antigo ditado: no jogo, começa‑se por ser logrado e acaba‑se por ser ladrão.
  • Quando se normaliza o acesso indevido a recursos, muitos deixam de ver o limite moral — e, de vítima, passam a agressor.

Variações Sinónimos

  • No jogo, primeiro se é enganado e depois se engana.
  • Quem começa por ser logrado acaba por ser ladrão.
  • No início és enganado; no fim tornas‑te ladrão.

Relacionados

  • A ocasião faz o ladrão
  • Quem rouba uma vez rouba sempre
  • A habitualidade do crime cria hábito

Contrapontos

  • Não é inevitável: muitas pessoas que foram enganadas não se tornam criminosas; o provérbio generaliza um possível efeito social.
  • Não justifica o roubo: ser enganado não legitima nem desculpa actos ilícitos; responsabilidade pessoal e consequências legais mantêm‑se.
  • Pistas estruturais e socioeconómicas (pobreza, impunidade, pressão de grupo) muitas vezes explicam desvios, mais do que uma transformação simples de vítima em agressor.

Equivalentes

  • English
    In the game, one starts as the dupe and ends up as the thief.
  • Español
    En el juego se empieza siendo timado y se acaba siendo ladrón.
  • Français
    Au jeu, on commence par être floué et on finit voleur.