Nos lábios do rei acham-se oráculos; em juízo a sua boca não prevarica.
Provérbios da Biblia
Afirma que as declarações do rei são vistas como definitivas e justas; expressa uma visão idealizada da autoridade régia como fonte de decisão e verdade.
Versão neutra
As palavras do rei são tratadas como sentenças decisivas; espera‑se que, em julgamentos, ele não se engane.
Faqs
- Significa que o rei nunca erra?
Não. É uma afirmação idealizada sobre a autoridade real, presente na tradição bíblica. Na prática, reis e líderes podem falhar; a expressão reflecte mais uma norma cultural do que uma certeza factual. - Qual é a origem desta frase?
Vem do Livro dos Provérbios, capítulo 16, versículo 10, da Bíblia. É uma máxima que atribui autoridade decisória ao rei, comum em textos sapienciais. - Posso usar esta expressão hoje em dia?
Sim — sobretudo em contextos históricos, literários ou irónicos. Em debates modernos, costuma servir para criticar ou apontar a idealização da autoridade.
Notas de uso
- Origem literária e religiosa: é um verso bíblico (Provérbios) que reflecte uma mentalidade monárquica e teológica sobre a autoridade.
- Contexto histórico: aplica-se a sociedades em que o rei era visto como representante da justiça divina; não descreve necessariamente a prática real em todos os tempos.
- Usos modernos: pode ser citado de forma literal para descrever regimes autoritários ou de forma irónica para criticar líderes que se comportam como se não pudessem errar.
- Limitações: não deve ser usado para justificar decisões arbitrárias — é uma norma idealizada, não uma descrição factual universal.
Exemplos
- No Estado medieval, muitas decisões judiciais eram tomadas sem recurso porque nos lábios do rei achavam‑se oráculos e a sua palavra era final.
- Quando o director anunciou a estratégia como indiscutível, disse‑se irónicamente que para ele nos lábios do rei achavam‑se oráculos.
- Afirmar que nas decisões do tribunal não há erro é idealizar o poder: até um rei pode falhar em juízo.
Variações Sinónimos
- A palavra do rei é lei.
- A boca do rei não erra em juízo.
- As palavras do soberano são sentenças.
Relacionados
- A palavra do rei é lei (dito popular)
- A voz do povo é a voz de Deus (contraponto popular sobre autoridade)
- O poder corrompe (máxima sobre limites do poder)
Contrapontos
- O rei também é humano e pode errar; a expressão reflecte uma idealização da autoridade.
- Poder absoluto pode conduzir a decisões injustas, por isso a confiança cega na palavra do governante é arriscada.
- Nos sistemas modernos, separação de poderes e responsabilidade limitam a ideia de que a palavra de um só é infalível.
Equivalentes
- Inglês (King James Version)
A divine sentence is in the lips of the king: his mouth transgresseth not in judgment. - Espanhol (Reina‑Valera)
En los labios del rey hay sentencia divina; su boca no yerra en juicio. - Latim (Vulgata)
In labiis regis sunt oracula; in ore ejus non est pravitas in judicio.