Nunca de bom mouro, bom cristão, nem de bom cristão, bom mouro.

Nunca de bom mouro, bom cristão, nem de bom crist ... Nunca de bom mouro, bom cristão, nem de bom cristão, bom mouro.

Não se deve presumir que uma pessoa mudou por completo ou é totalmente confiável só por um gesto ou aparência; cautela face a mudanças aparentes.

Versão neutra

Não presumas que alguém mudou totalmente só porque mudou o comportamento; permanece alguma desconfiança prudente.

Faqs

  • Qual é a ideia principal deste provérbio?
    Advertir que não se deve assumir que alguém mudou completamente ou que se pode confiar irrestritamente só por um gesto ou palavra; recomenda prudência.
  • Este provérbio é ofensivo?
    Poderá ser considerado sensível ou ofensivo hoje, porque menciona explicitamente «mouro» e «cristão», categorias religiosas/étnicas. Deve ser usado com cuidado e contexto histórico.
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Em contextos em que se quer alertar para a necessidade de verificar atitudes ao longo do tempo — por exemplo, em negócios, política ou relações pessoais — evitando utilizá‑lo para estigmatizar grupos.
  • Qual a origem do provérbio?
    É um provérbio de origem popular portuguesa, provavelmente formatado durante a longa convivência e conflito entre cristãos e mouros na Península Ibérica, mas a sua origem exacta é incerta.

Notas de uso

  • Usado para avisar contra credulidade excessiva quando alguém demonstra comportamento novo ou promete fidelidade súbita.
  • Pode aplicar‑se a comportamentos individuais, alianças políticas, negócios ou mudanças de discurso públicas.
  • Hoje é sensível por referir explicitamente «mouro» e «cristão»; deve evitar‑se o seu uso para estigmatizar grupos religiosos ou étnicos.
  • Em contextos literários ou históricos pode aparecer como testemunho de atitudes sociais antigas; em contextos contemporâneos requer cuidado.

Exemplos

  • O novo diretor diz que vai alterar tudo e conquistar a confiança de todos, mas, como se diz, nunca de bom mouro, bom cristão — convém observar os factos antes de confiar cegamente.
  • Ela começou a ajudar a equipa e prometeu lealdade, porém o colega respondeu com cautela: 'Nunca de bom mouro, bom cristão' — é prudente avaliar ações ao longo do tempo.

Variações Sinónimos

  • Nunca de bom mouro, bom cristão (forma reduzida)
  • Nem de bom cristão, bom mouro (variação invertida)
  • Não confies só porque alguém muda de aparência (versão explicativa)

Relacionados

  • Mais vale prevenir do que remediar (aconselha precaução)
  • Não digas 'hop' até atravessares a água (evitar conclusões precipitadas)
  • Cautela e caldos de galinha (aconselha prudência)

Contrapontos

  • As pessoas podem mudar genuinamente; dar oportunidade a quem se redime pode ser justificado.
  • Confiança pode ser construída: insistir sempre na suspeita impede reconciliações e recuperações reais.

Equivalentes

  • Inglês
    A leopard can't change its spots (um provérbio sobre a dificuldade de mudar a natureza).
  • Espanhol
    No hay buen moro ni buen cristiano (variação popular com sentido semelhante em espanhol).
  • Francês
    On ne change pas facilement sa nature (equivalente aproximado sobre a resistência à mudança).