O abuso não é costume.
Afirma que atos de abuso ou violência não se tornam aceitáveis apenas por serem repetidos; a repetição não legitima a injustiça.
Versão neutra
A repetição não torna aceitável o abuso.
Faqs
- O que quer dizer exactamente este provérbio?
Significa que a mera repetição de actos abusivos não os torna aceitáveis nem legais; a prática não cria legitimidade moral ou legal. - Quando é apropriado usar esta expressão?
Quando se pretende rejeitar a normalização de comportamento nocivo — por exemplo em debates sobre violência doméstica, assédio no trabalho ou práticas institucionais prejudiciais. - É um provérbio tradicional ou uma formulação contemporânea?
A fórmula é moderna na sua construção, mas ecoa ideias tradicionais sobre a distinção entre costume e moralidade; não há origem folclórica conhecida. - Como responder a quem diz «sempre foi assim»?
Pode responder-se com esta ideia: a frequência não é justificação. Sublinhe consequências, direitos e a necessidade de medidas corretivas.
Notas de uso
- Usado para contestar a normalização de comportamentos nocivos em contextos familiares, laborais, institucionais ou sociais.
- Tom firme e corretivo; pode ser proferido por vítimas, activistas, líderes ou observadores que queiram chamar a atenção para uma prática inaceitável.
- Registo neutro a formal; evita acusações pessoais implícitas quando usado como princípio geral.
- Funciona bem em argumentos éticos, jurídicos e de política interna (empresas, escolas), para lembrar limites e responsabilidades.
Exemplos
- Mesmo que aconteça há anos naquela empresa, o abuso não é costume: deve ser denunciado e corrigido.
- Numa família, a violência habitual não se justifica — o abuso não é costume e não deve ser naturalizado.
- Quando uma prática institucional prejudica pessoas, recordamos que a repetição não legitima: o abuso não é costume.
Variações Sinónimos
- A repetição não legitima o erro.
- O mal repetido não se torna bom.
- Repetir uma injustiça não a converte em norma.
- A repetição não faz do abuso um hábito aceitável.
Relacionados
- O hábito não faz o monge (sobre aparência versus essência)
- Quem cala consente (sobre omissão e permissividade)
- Não se acostuma com o que fere (variação moderna)
Contrapontos
- Argumento de que «se todos fazem, não é tão grave» — justificação comum para normalizar abuso.
- Confundir frequência com legitimidade: aceitar pela rotina.
- Minimizar que «sempre foi assim» como razão para não agir.
Equivalentes
- inglês
Repetition does not make abuse acceptable. - espanhol
El abuso no se convierte en costumbre por repetirse. - francês
L'abus ne devient pas une coutume par la répétition.