O ausente nunca tem razão

O ausente nunca tem razão.
 ... O ausente nunca tem razão.

Sugere que quem não está presente numa decisão ou discussão não pode reclamar, justificar-se ou influenciar o resultado.

Versão neutra

Quem está ausente não pode reivindicar ou defender a sua posição.

Faqs

  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    É apropriado em contextos informais para apontar que alguém que não participou numa decisão ou discussão não pode exigir que o resultado mude. Deve evitar‑se em situações onde a ausência foi justificada ou em contextos formais com representação.
  • O provérbio é ofensivo?
    Pode ser percebido como desdenhoso ou injusto se usado para silenciar quem teve motivos legítimos para estar ausente. Use‑o com cautela e considere as circunstâncias da ausência.
  • Aplica‑se em contextos legais ou institucionais?
    Nem sempre. Muitas instituições aceitam procurações, votos por escrito ou representação, pelo que a ausência não implica automaticamente perda de direitos ou razão.
  • Como responder se alguém me disser isto quando estive ausente?
    Explique os motivos da ausência, informe sobre meios de representação ou peça que o assunto seja revisto com base em contributos escritos ou adicionais, quando apropriado.

Notas de uso

  • Usa-se para justificar que quem não participou num debate, reunião ou votação não deve contestar o resultado.
  • Registo informal e proverbiale; pode soar condenatório ou desdenhoso quando aplicado a ausências legítimas.
  • Não é adequado para contextos legais ou formais onde a representação, o voto por procuração ou declarações escritas têm validade.
  • No contexto moderno, aplica-se também a ausências em reuniões virtuais, mas a presença digital e a representação alteram a sua força.
  • Deve ser usado com prudência: pode silenciar vozes que não puderam estar presentes por razões válidas (saúde, trabalho, impedimentos).

Exemplos

  • O João chegou depois da decisão e tentou impugnar o resultado; responderam-lhe que o ausente nunca tem razão.
  • Se não foste à assembleia de condóminos, não podes reclamar sobre as normas aprovadas — o ausente nunca tem razão.
  • Na reunião online, quem não apareceu não pôde votar; acabou por se ouvir o comentário: 'o ausente nunca tem razão'.

Variações Sinónimos

  • Quem não está presente, não tem razão
  • O ausente não tem vez
  • Quem não vem, não tem voz
  • Quem não participa, não pode reclamar

Relacionados

  • Quem não chora, não mama (obter o que se quer requer participação ou reivindicação)
  • A voz do povo é a voz de Deus (importância da participação coletiva)
  • Quem não está presente não participa (afirmação factual ligada ao provérbio)

Contrapontos

  • A ausência pode ser justificada por motivos de saúde, trabalho ou impedimentos legítimos; não legitima sempre a perda de razão.
  • Em muitas situações formais, a representação por procuração ou comunicações escritas dá voz ao ausente.
  • O provérbio pode ser usado para silenciar minorias ou prejudicar quem tem dificuldades de participação; convém não aplicá-lo mecanicamente.
  • No mundo digital, a simples ausência física não impede intervenção através de meios eletrónicos, alterando a validade do provérbio.

Equivalentes

  • Inglês
    'The absent are never right' (tradução literal); equivalente conceptual: 'Out of sight, out of mind.'
  • Espanhol
    'El ausente nunca tiene razón' (tradução literal); variação usada: 'Quien no está, no cuenta.'
  • Francês
    'L'absent n'a jamais raison' (tradução literal); equivalente aproximado: 'Qui n'est pas là, ne compte pas.'
  • Alemão
    'Der Abwesende hat nie Recht' (tradução literal); expressão semelhante: 'Wer nicht da ist, wird nicht gehört.'