Quem está ausente, não há mal que não tenha e que não tema.
A ausência de alguém tende a provocar rumores, suspeitas ou receios, como se nada de mau lhe faltasse ou como se fosse alvo de censura.
Versão neutra
Quando uma pessoa está ausente, costuma gerar-se a ideia de que lhe faltam defeitos ou motivos de medo, aumentando rumores e suspeitas.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Use‑o para comentar, de forma crítica ou observacional, situações em que a falta de alguém dá origem a boatos ou julgamentos. Evite‑o como condenação definitiva; é uma observação social, não uma prova. - Este provérbio implica que a pessoa ausente é culpada?
Não. Significa apenas que a ausência tende a gerar suspeitas e rumores. Cabe sempre distinguir entre a tendência social para conjecturar e a realidade dos factos. - É um provérbio ofensivo?
Depende do contexto. Por si só descreve um fenómeno social; contudo, usado para difamar pode ser prejudicial. Recomenda‑se prudência ao empregar‑lo sobre pessoas concretas.
Notas de uso
- Usa‑se para comentar situações em que a falta de alguém alimenta boatos ou acusações.
- Tom geralmente crítico ou cínico: aponta a tendência social para imaginar faltas na ausência.
- Adequado em registo coloquial e em análises sociais; evitar como argumento definitivo contra quem está ausente (pode ser injusto).
- Pode ser usado em contexto familiar, laboral ou comunitário quando se observam rumores ou julgamentos precipitados.
Exemplos
- Desde que o gerente ficou doente e não vem ao escritório, o pessoal já fala como se tivesse desviado dinheiro — quem está ausente, não há mal que não tenha e que não tema.
- Na aldeia, depois de o senhor Joaquim ter partido para o estrangeiro, começaram a inventar histórias sobre ele; é o efeito deste provérbio, a ausência gera calúnia.
- Em reuniões familiares, quando alguém não aparece, rapidamente se comenta o que terá acontecido, como se a ausência justificasse culpas ou receios.
Variações Sinónimos
- Na ausência, multiplicam‑se os boatos
- Ausência gera suspeitas
- Quem não está, logo se imagina culpado
Relacionados
- Onde há fumo, há fogo (por vezes usado para justificar suspeitas)
- Em boca fechada não entra mosca (contra falar demais sobre ausentes)
- A ausência alimenta a imaginação (variação temática)
Contrapontos
- Ausência não é prova de culpa; presume‑se a inocência até prova em contrário.
- Não se devem aceitar rumores apenas porque uma pessoa não está presente para se defender.
- É mais prudente recolher factos antes de julgar alguém pela sua ausência.
Equivalentes
- inglês
Where there's smoke there's fire (aprox. — sugere que rumores podem ter fundamento) - espanhol
La ausencia alimenta rumores (aprox. — não é um provérbio fixo, mas transmite a mesma ideia) - francês
L'absence alimente la rumeur (aprox. — expressão descritiva equivalente)