Quem não ouve a razão do pobre, louva a sem razão do poderoso.
Critica a tendência de ignorar os argumentos e as necessidades dos mais desfavorecidos e, em contrapartida, elogiar ou favorecer os poderosos sem fundamento moral ou racional.
Versão neutra
Quem ignora os argumentos do pobre, elogia sem razão os poderosos.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que a sociedade ou indivíduos que não dão atenção aos desfavorecidos acabam por favorecer ou elogiar os poderosos sem justificação ética ou racional. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se pretende criticar decisões, políticas ou comportamentos que ignoram as necessidades dos menos favorecidos em favor de interesses poderosos. - É um provérbio ofensivo?
Tem tom crítico e pode ser confrontador; não é ofensivo por si, mas pode ser interpretado como acusação se usado sem contexto ou provas. - Como aplicar esta ideia de forma construtiva?
Usando-o para promover diálogo e inclusão: sublinhar a importância de ouvir várias vozes antes de tomar decisões que afectam comunidades vulneráveis.
Notas de uso
- Usado para apontar injustiça social, clientelismo e conivência com o poder.
- Tom crítico; mais comum em contextos políticos, sociais ou em debates sobre desigualdade.
- Não é um conselho literal: serve como observação ética sobre prioridades e atenção pública.
- Evitar usar de forma agressiva em conversas pessoais sem evidências, pois pode soar acusatório.
Exemplos
- Numa reunião da câmara, o vereador lembrou o provérbio: quem não ouve a razão do pobre, louva a sem razão do poderoso, para criticar decisões que favoreciam empresários em detrimento de habitação social.
- Quando a direção da empresa rejeitou as propostas dos trabalhadores sem discussão e seguiu a recomendação de consultores externos, os funcionários comentaram: quem não ouve a razão do pobre, louva a sem razão do poderoso.
Variações Sinónimos
- Quem não escuta o pobre, elogia o rico sem razão.
- Ignorar o humilde é louvar o poderoso injustamente.
- Fechar os ouvidos aos pobres é abrir os braços aos poderosos.
Relacionados
- Quem cala consente (silêncio como aprovação)
- O poder corrompe (observação sobre a natureza do poder)
- Quem tem padrinho não morre pagão (sobre favorecimentos e clientelismo)
Contrapontos
- Nem sempre os poderosos estão errados; a autoridade pode resultar de responsabilidade ou conhecimento técnico.
- Ouvir todas as partes é desejável, mas nem sempre possível em decisões urgentes; a máxima é uma advertência, não uma regra infalível.
- A expressão generaliza: nem toda crítica vinda dos desfavorecidos é necessariamente racional ou correta.
- Em alguns contextos, a mensagem pode ser usada politicamente para deslegitimar opositores sem analisar factos concretos.
Equivalentes
- inglês
He who will not hear the poor praises the unreasonable of the powerful. - espanhol
Quien no escucha la razón del pobre, alaba sin razón al poderoso. - francês
Qui n'écoute pas la raison du pauvre loue sans raison le puissant.