O incenso faz mal à cabeça, e não há ninguém que não o apeteça.
Coisas prazerosas ou desejáveis podem ser prejudiciais, e apesar disso muitas pessoas continuam a desejá‑las.
Versão neutra
Algo que faz mal é muitas vezes desejado por toda a gente.
Faqs
- Quando se pode aplicar este provérbio?
Aplica‑se quando se quer alertar para tentações ou prazeres que, apesar de desejáveis, têm efeitos negativos — p. ex. vícios, excessos alimentares, compras impulsivas. - É um provérbio literal sobre incenso?
Não necessariamente; o incenso funciona como metáfora. Historicamente pode referir‑se a cheiros ou práticas que incomodavam, mas hoje usa‑se figuradamente. - O tom do provérbio é moralizador?
Pode ser. Dependendo do contexto, serve como advertência moral, comentário irónico ou observação sociológica sobre comportamento humano.
Notas de uso
- Usa‑se para advertir contra tentações que oferecem prazer imediato mas causam dano a médio/longo prazo.
- Normalmente empregado de forma figurada: o 'incenso' simboliza qualquer atrativo que é nocivo.
- Tom registal: pode ser usado tanto em discurso moralizante como em tom irónico ou jocoso.
- A construção com dupla negação ('não há ninguém que não o apeteça') enfatiza a universalidade do desejo.
Exemplos
- Apesar de saber que lhe provoca enxaquecas, ele continua a queimar aquele incenso porque lhe acalma; o provérbio veio‑me à mente: o incenso faz mal à cabeça, e não há ninguém que não o apeteça.
- No debate sobre redes sociais, um comentador disse: 'As notificações viciam e distraem — o incenso faz mal à cabeça, e não há ninguém que não o apeteça.'
- A gula por doces é um bom exemplo: fazem mal à saúde a longo prazo, mas são difíceis de evitar — coisas agradáveis atraem muita gente.
Variações Sinónimos
- O que faz mal costuma apetece a toda a gente.
- O que é agradável muitas vezes é prejudicial.
- O fruto proibido é o mais apetecido.
Relacionados
- O fruto proibido é o mais apetecido.
- Mais vale prevenir do que remediar.
- Quem tudo quer, tudo perde.
- Demasiado de uma coisa boa faz mal.
Contrapontos
- Nem tudo o que apetece é prejudicial; o provérbio generaliza uma tendência mas não uma regra absoluta.
- Com informação e moderação, muitas tentações podem ser geridas sem dano significativo.
- O prazer imediato pode ter valor legítimo (p. ex. bem‑estar emocional) e nem sempre deve ser visto apenas como nocivo.
Equivalentes
- inglês
People desire what harms them — 'Too much of a good thing' / 'Forbidden fruit is the sweetest.' - espanhol
Lo prohibido atrae; el fruto prohibido es el más apetecido. - francês
Ce qui nous plaît nuit souvent — « Le fruit défendu est le plus séduisant. »