O mais mal é de quem vai, porque quem cá fica se não come depenica

O mais mal é de quem vai, porque quem cá fica se ... O mais mal é de quem vai, porque quem cá fica se não come depenica

Adverte que é mais arriscado abandonar uma situação conhecida, porque quem fica costuma arranjar meios, mesmo modestos, para se safar.

Versão neutra

Pior é quem parte; quem fica acaba por arranjar algo para comer, mesmo que seja pouco.

Faqs

  • O que significa 'depenica' neste provérbio?
    A palavra 'depenica' é arcaica/coloq uial e sugere pequenos meios de subsistência ou remendos (às vezes obtidos por mau procedimento). Em contexto, indica recursos modestos ou improvisados que permitem sobreviver.
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Usa‑se informalmente para aconselhar alguém a não abandonar precipitadamente uma situação segura — por exemplo antes de emigrar, mudar de emprego ou terminar um arranjo estável sem alternativa.
  • O provérbio tem tom pejorativo ou moralizador?
    Tem um tom prudente e por vezes jocoso; pode carregar juízo de valor sobre quem parte, mas serve sobretudo como advertência prática.

Notas de uso

  • Registo coloquial e regional; linguagem popular e arcaizante.
  • Usado para aconselhar prudência diante de uma mudança (emigração, emprego, casamento, etc.).
  • Implica que ficar pode significar recorrer a meios modestos ou pouco recomendáveis, mas que garantem sobrevivência.
  • Tom geralmente jocoso ou paternal; não é formal.

Exemplos

  • Quando o filho quis emigrar sem trabalho garantido, a mãe respondeu com o provérbio: "O mais mal é de quem vai...", aconselhando‑o a pensar melhor.
  • No debate sobre despedimentos e mudança de cidade, ouviu‑se: «Melhor pensar duas vezes — pior é quem parte, porque quem fica ainda se desenrasca com pequenas ocupações.»

Variações Sinónimos

  • Pior fica quem parte, porque quem fica arranja sempre qualquer coisinha.
  • Mais prejuízo tem quem vai; quem fica arranja forma de sobreviver, por pouco honrosa que seja.
  • Melhor o mal conhecido do que o bom por conhecer (sentido próximo).

Relacionados

  • Mais vale o conhecido do que o incerto
  • Quem tudo quer, tudo perde (advertência sobre riscos)
  • Quem não tem cão, caça com gato (desenrascar‑se com o que há)

Contrapontos

  • Quem não arrisca não petisca (encoraja a correr riscos)
  • Aquele que parte pode encontrar melhores oportunidades do que as que deixou
  • Nem sempre ficar é mais seguro — às vezes mudar é necessário para progredir

Equivalentes

  • inglês
    Better the devil you know than the devil you don't.
  • espanhol
    Más vale lo malo conocido que lo bueno por conocer.