O medo é o pai da crença.
Sugere que o medo costuma ser uma causa ou motor para a adopção de crenças (religiosas, supersticiosas ou ideológicas) como forma de explicação ou consolo.
Versão neutra
A crença pode nascer do medo.
Faqs
- Este provérbio insulta a religião?
O provérbio descreve um mecanismo social: sugere que o medo pode contribuir para o surgimento de crenças. Aplicá‑lo directamente a pessoas de fé pode ser ofensivo; é mais adequado usá‑lo em análises críticas ou académicas. - Significa que todas as crenças são falsas?
Não. O provérbio aponta uma possível origem para algumas crenças, especialmente supersticiosas ou oportunistas, mas não invalida crenças baseadas em experiência, razão ou evidência. - Em que áreas este provérbio é útil?
É útil em discussão sobre psicologia social, história das religiões, estudos culturais e análise política (por exemplo, como o medo pode ser explorado para criar ou manter crenças colectivas).
Notas de uso
- Usa‑se em contextos sociológicos, psicológicos e críticos sobre religião, superstição ou manipulação social.
- Frequentemente pretende explicar por que certas ideias se mantêm: crenças podem surgir para reduzir a ansiedade ou justificar práticas face ao desconhecido.
- Pode soar pejorativo quando aplicada a crenças pessoais profundas; convém evitar como ataque directo à fé individual.
- A expressão 'pai' é metafórica: indica origem ou causa, não paternidade literal.
Exemplos
- Depois do terramoto, muitos peritos notaram que o medo levou as pessoas a abraçar explicações sobrenaturais — o medo é o pai da crença.
- Em períodos de crise económica, propagam‑se teorias e promessas fáceis; o provérbio lembra que o receio do futuro pode gerar aceitação acrítica de soluções.
Variações Sinónimos
- A crença nasce do medo.
- Do medo nasce a fé (ou a superstição).
- A superstição tem raízes no temor.
Relacionados
- A necessidade é a mãe da invenção (contraste: necessidades geram soluções, não só medo).
- Quem tem medo do lobo, não entra na floresta (sobre influência do temor no comportamento).
- Onde falta conhecimento, nasce a superstição (sobre a relação entre ignorância e crença).
Contrapontos
- Nem toda crença nasce do medo: muitas resultam de esperança, experiência pessoal, educação ou investigação.
- Crenças colectivas também podem ser transmitidas culturalmente sem vínculo directo com o medo.
- Do ponto de vista psicológico, o medo pode reforçar crenças existentes, mas a sua origem é frequentemente multifatorial.
Equivalentes
- Inglês
Fear is the father of belief. - Espanhol
El miedo es padre de la creencia. - Francês
La peur est le père de la croyance.