O pouco espanta, e o muito amansa.
Pequenas quantidades ou ocorrências surpreendem ou causam inquietação; quantidades maiores habituam, apaziguam ou diminuem o impacto.
Versão neutra
Coisas pequenas surpreendem; coisas grandes habituam e acalmam.
Faqs
- Quando se usa este provérbio?
Usa-se para comentar como diferentes quantidades ou intensidades provocam reações distintas: algo raro ou pequeno surpreende; algo abundante ou contínuo tende a habituar e a acalmar. - Significa que mais é sempre melhor?
Não. O provérbio descreve uma tendência psicológica (habituar-se ao excessivo), mas não avalia qualidade ou consequências: o muito pode ser prejudicial. - Em que contextos é mais aplicável?
Situações sociais e emocionais (doações, notícias, eventos), gestão de expectativas, comunicação institucional e avaliação de riscos sujeitos a habituação. - Há situações em que o provérbio falha?
Sim. Em casos de trauma, despedimentos em massa, catástrofes ou vícios, a repetição ou o aumento podem agravar a reação em vez de amansá-la.
Notas de uso
- Usado como comentário sobre reações humanas ao volume, intensidade ou frequência de algo (gestos, notícias, perigo, donativos, etc.).
- Registo: popular, proverbial; adequado em conversas informais e em textos que citam sabedoria tradicional.
- Não é uma lei universal — depende de contexto: em alguns casos, muito pode agravar em vez de acalmar.
- Pode aplicar-se tanto a efeitos emocionais (surpresa, medo) como a efeitos sociais (receio diante de falta vs. acomodação diante do excesso).
Exemplos
- Num vilarejo onde quase nunca há festas, um pequeno estrondo durante a noite pôs toda a gente em alvoroço — o pouco espanta; quando a cidade faz grandes fogueiras todos os anos, ninguém lhes liga: o muito amansa.
- Quando o empregador ofereceu um bónus simbólico, os trabalhadores ficaram surpreendidos; mais tarde, um plano de prémios continuado acabou por normalizar a vantagem — o pouco espanta, e o muito amansa.
- Uma reforma parcial causou protestos, mas quando a medida foi alargada e entrou em vigor por tempo prolongado muita gente habituou-se — prova de que o pouco espanta e o muito amansa.
Variações Sinónimos
- O pouco assusta; o muito acalma.
- Pequeno espanta, grande amansa.
- O pouco surpreende; o muito tranquiliza.
- O pouco impressiona, o muito abate.
Relacionados
- Quem muito quer, nada tem. (diferença: refere avareza/ambição)
- O hábito acalma (noção de hábito e familiaridade)
- Mais vale pouco e certo do que muito e incerto (sobre quantidade e segurança)
Contrapontos
- O demasiado estraga — quando o excesso causa efeitos negativos em vez de acalmar.
- Familiaridade nem sempre traz confiança — em alguns casos, a repetição normaliza o risco.
- Nem sempre o muito amansa: em situações de trauma ou perigo contínuo, a intensidade prolongada pode aumentar a ansiedade.
Equivalentes
- Inglês
Little things startle; big things soothe. (tradução literal) - Espanhol
Lo poco asusta, y lo mucho calma. (tradução literal) - Francês
Le peu surprend, le beaucoup rassure. (tradução literal) - Italiano
Il poco spaventa, il molto calma. (tradução literal)