O que fica no portão é pior que o ladrão

O que fica no portão é pior que o ladrão.
 ... O que fica no portão é pior que o ladrão.

Critica a cumplicidade, a tolerância ou a negligência de quem permite o acto ilícito — por vezes esse comportamento causa mais dano do que o próprio autor do crime.

Versão neutra

Quem permite, facilita ou não impede uma acção ilícita é, em certa medida, pior do que o autor directo.

Faqs

  • Quando posso usar este provérbio?
    Quando quiser criticar quem, por acção ou omissão, facilita ou tolera um acto injusto ou ilícito; serve como reprovação moral ou alerta para a responsabilidade colectiva.
  • É uma afirmação jurídica?
    Não. É uma expressão moral e retórica. Questões de culpa e responsabilidade legal exigem investigação e prova.
  • Pode ofender alguém?
    Sim. Chamar alguém 'pior que o ladrão' é forte e acusatório; use com cautela, preferindo discussão factual em contextos formais.

Notas de uso

  • Usa-se para censurar quem consente, facilita ou se mostra indiferente perante uma injustiça ou crime.
  • Aplica-se tanto a situações literais (vigilância, segurança) como a situações sociais (cumplicidade, boatos, omissão).
  • Tom conservador: evita imputar culpa sem provas; a expressão é retórica e crítica, não jurídica.

Exemplos

  • Quando o gerente sabia do desfalque e nada fez, pôde dizer‑se que o que ficou no portão foi pior que o ladrão, porque permitiu a situação.
  • Numa discussão pública, quem espalha boatos e não os contradiz só faz agravar o dano — o que fica no portão é pior que o ladrão.
  • Se a vizinhança viu os arrombamentos e manteve‑se indiferente, os cúmplices morais foram, para muitos, piores do que o ladrão.

Variações Sinónimos

  • Quem facilita o crime é pior do que o criminoso.
  • Quem consente é cúmplice.
  • Quem não impede é tão culpado quanto quem actua.

Relacionados

  • Quem cala consente (uso para consentimento tácito)
  • Mais vale prevenir que remediar (sobre prevenção e responsabilidade)
  • A omissão também é acto (frase de uso corrente, não provérbio clássico)

Contrapontos

  • Responsabilizar automaticamente quem assistiu não considera circunstâncias (medo, incapacidade de agir).
  • Do ponto de vista jurídico, omissão e cumplicidade têm critérios próprios; a frase é sobretudo moral e retórica.
  • Risco de injustiça: acusar sem apurar factos pode prejudicar inocentes.

Equivalentes

  • inglês
    He who stands at the gate is worse than the thief (more generally: the accomplice/one who allows it is worse than the thief).
  • espanhol
    El que se queda en la puerta es peor que el ladrón / Mejor es quien denuncia que quien consiente.
  • francês
    Celui qui regarde sans agir est pire que le voleur (ou : le complice est pire que le voleur).

Provérbios