O que lavra, crie, e o que guarda, não fie.

O que lavra, crie, e o que guarda, não fie.
 ... O que lavra, crie, e o que guarda, não fie.

Quem trabalha deve também cuidar da criação/gestão do fruto desse trabalho; e quem guarda bens ou segredos não deve confiar cegamente em terceiros.

Versão neutra

Quem trabalha, cuide também do que cria; quem guarda bens, não deposite total confiança em outros.

Faqs

  • O provérbio aplica‑se só à agricultura?
    Não. Embora use termos agrícolas, estende‑se a qualquer situação em que alguém deva acompanhar o resultado do seu trabalho e a quem guarda algo deva agir com prudência.
  • Significa que nunca devemos confiar em ninguém?
    Não. A ideia é prudência: não depositar confiança total sem verificações. Confiança razoável e relações de trabalho saudáveis continuam a ser importantes.
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Quando se aconselha responsabilidade pessoal sobre o produto do trabalho, ou quando se alerta para riscos de delegar ou confiar sem cuidados (ex.: património, contabilidade, cuidados a menores/animais).

Notas de uso

  • Aplica‑se a contextos agrícolas e figurados (empresas, família, património).
  • Enfatiza responsabilidade activa sobre o produto do trabalho e prudência na confiança.
  • Usa‑se muitas vezes como conselho prático a pequenos produtores, gestores e representantes familiares.
  • Tem um tom de advertência: não delegar integralmente nem depositar confiança sem critério.

Exemplos

  • O avô sempre repetia: «O que lavra, crie, e o que guarda, não fie», por isso acompanhava a sementeira e não confiava apenas no vizinho para tratar do celeiro.
  • No conselho da empresa, o gerente usou o provérbio para justificar auditorias: quem guarda fundos não pode fiar-se só em relatórios externos.

Variações Sinónimos

  • Quem semeia, deve tratar do que sementes dão.
  • Quem planta, colhe e cuida; quem guarda, não confie.
  • Quem trabalha que cuide; quem guarda, não confie.

Relacionados

  • Quem semeia, colhe.
  • Casa roubada, trancas à porta.
  • A cavalo dado não se olha o dente.

Contrapontos

  • Na economia moderna, delegar tarefas e confiar em especialistas e instituições (contabilistas, bancos, seguradoras) é muitas vezes eficiente e necessário.
  • Aplicar sempre uma desconfiança total pode dificultar a cooperação e a divisão saudável do trabalho.
  • Algumas situações exigem confiança mútua (por exemplo, relações familiares), pelo que o provérbio não deve justificar suspeita permanente.

Equivalentes

  • en
    Literal: 'He who ploughs, create; and he who keeps, trust not.' Idiomatic equivalents: 'If you want something done right, do it yourself' and 'Don't trust blindly.'
  • es
    «El que labra, críe; y el que guarda, no confíe.» (aprox. literal). Equivalente práctico: «No confíes ciegamente; quien trabaja debe vigilar lo suyo.»