O que não mata, engorda.
Ironiza a ideia de que algo que não provoca dano pode ser tido como benéfico ou justificação para excessos — frequentemente usado para desculpar indulgência alimentar.
Versão neutra
Aquilo que não nos prejudica pode, por vezes, trazer benefícios.
Faqs
- A expressão é literal?
Não. É geralmente usada em tom irónico para justificar uma indulgência ou minimizar algo que não teve consequências imediatas e graves. - Posso usar este provérbio em contexto formal?
Recomenda‑se evitar em contextos formais, profissionais ou clínicos, porque é coloquial e pode ser interpretado como insensível. - Tem alguma relação com Nietzsche?
É uma brincadeira popular que dialoga com o aforismo de Nietzsche («O que não me mata, torna‑me mais forte»), mas o provérbio em questão tomou sentido próprio, ligado muitas vezes à comida e ao humor. - É ofensivo dizer isto a alguém que sofreu?
Pode ser. Dado que trivializa sofrimento, convém evitar quando se fala de traumas, doenças graves ou perdas pessoais.
Notas de uso
- Uso predominantemente informal e humorístico; comum em conversas sobre alimentação e prazer.
- Pode ser empregue de modo irónico para minimizar dificuldades ou justificar comportamentos pouco saudáveis.
- Não deve ser usado como argumento médico ou científico; reduz experiências de dor ou trauma a uma justificação leve.
- Em contextos formais, académicos ou clínicos, é preferível adotar linguagem mais precisa.
Exemplos
- Depois do jantar com várias sobremesas, o João riu e disse: «O que não mata, engorda», enquanto servia mais uma fatia de bolo.
- Usada a brincar depois de um copo a mais, a expressão suavizou a crítica, mas também deixou claro que era uma piada e não um conselho de saúde.
- Quando lhe falaram da tarefa difícil, respondeu ironicamente: «O que não mata, engorda», para mostrar que encaráva aquilo como um desafio que o faria aprender.
Variações Sinónimos
- O que não mata engorda (sem vírgula)
- O que não te mata, engorda
- O que não mata, torna mais forte (sentido próximo ao aforismo clássico)
- Lo que no mata, engorda (espanhol, forma equivalente)
Relacionados
- O que não mata, torna mais forte
- Há males que vêm por bem
- Mais vale prevenir do que remediar (contraponto sobre prevenção)
Contrapontos
- Pode normalizar comportamentos pouco saudáveis (excesso alimentar, consumo de álcool).
- Ignora efeitos acumulativos ou sub‑letais: algo que «não mata» hoje pode causar dano a longo prazo.
- Pode banalizar experiências de sofrimento físico ou emocional, reduzindo a sua seriedade.
Equivalentes
- Inglês
What doesn't kill you makes you stronger (frase próxima em sentido, mas mais séria/filosófica). - Espanhol
Lo que no mata, engorda (equivalente direto e usado com igual tom humorístico). - Francês
Ce qui ne nous tue pas nous rend plus forts (equivalente filosófico; versão literal com sentido diferente: «torna mais fortes»).