O que não queres para ti, não o queiras para mim.
Apelo à reciprocidade negativa: não desejes ou inflijas aos outros aquilo que não queres para ti.
Versão neutra
Não faças aos outros o que não queres para ti.
Faqs
- Qual é a ideia central deste provérbio?
A ideia central é a reciprocidade negativa: não infligir aos outros aquilo que não desejas para ti próprio, promovendo consideração e justiça nas acções do quotidiano. - Quando devo usar esta versão negativa em vez da versão positiva (‘faz aos outros…’)?
A forma negativa é usada quando se quer evitar um dano ou comportamento indesejado. A versão positiva incentiva acções proactivas de bondade; escolha conforme o foco (evitar prejudicar vs. promover bem). - É um princípio universal?
É um princípio moral comum em muitas culturas e tradições, mas a aplicação concreta varia com valores sociais, contextos e considerações éticas específicas. - Pode este provérbio justificar não ajudar alguém por 'não querer para mim'?
Não. O provérbio desencoraja causar dano, mas não substitui obrigações morais de auxílio ou defesa de terceiros; o contexto importa.
Notas de uso
- Registo: comum em linguagem coloquial e pedagógica; tom muitas vezes moralizador ou corretivo.
- Usa-se para reprovar comportamentos injustos ou pedir consideração pelo outro (ex.: tratamento, palavras, ações).
- Equivale, em sentido prático, a ‘não faças aos outros o que não queres para ti’, mas enfatiza a negativa (evitar fazer mal).
- Pode aparecer em conversas familiares, escolares e em debates sobre ética quotidiana.
- Não resolve dilemas morais complexos por si só; é uma orientação geral, não uma regra jurídica.
- Cuidado: não deve ser usada para justificar inação quando a ajuda é moralmente exigível (por exemplo, negligência).
Exemplos
- Ao despedir-te de um colega, lembra-te: o que não queres para ti, não o queiras para mim — trata os outros com respeito.
- Quando discutes com o vizinho sobre barulho, aplica o provérbio como regra prática: não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem.
- Num contexto profissional: se não aceitaras críticas publicamente, evita fazê-las em alta voz a um colega; o que não queres para ti, não o queiras para mim.
Variações Sinónimos
- Não faças aos outros o que não queres para ti.
- Não faças aos outros aquilo que não querias que te fizessem a ti.
- Não faças aos outros o que não desejas para ti.
- Não trates os outros como não gostarias de ser tratado.
Relacionados
- Faz aos outros o que gostarias que te fizessem (Regra de Ouro — forma positiva).
- Trata os outros como queres ser tratado.
- Princípio da reciprocidade em ética e moral quotidiana.
Contrapontos
- Nem sempre a simples regra negativa resolve conflitos morais complexos ou responsabilidades legais (ex.: justiça retributiva, proteção de terceiros).
- Pode levar a passividade se interpretada como desculpa para não intervir em situações onde é necessário ajudar.
- Assume simetria de preferências — nem sempre aquilo que alguém não quer para si é igualmente evitável noutras posições (assimetrias de poder, responsabilidades).
Equivalentes
- Inglês
Do not do unto others what you would not want done to you. - Espanhol
No hagas a los demás lo que no quieras para ti. - Francês
Ne fais pas aux autres ce que tu ne voudrais pas qu'on te fasse. - Latim
Noli facere aliis quod non vis tibi fieri. - Chinês
己所不欲,勿施于人 (Jǐ suǒ bù yù, wù shī yú rén).