O que tem de ser nosso, às nossas mãos vem parar.
Expressa a ideia de que aquilo que nos pertence ou que nos está destinado acabará por chegar às nossas mãos; transmite resignação ou confiança no destino.
Versão neutra
O que nos pertence acabará por chegar às nossas mãos.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer transmitir confiança de que algo que nos pertence ou nos está destinado acabará por se concretizar, geralmente para consolar alguém após uma perda ou adiamento. - Este provérbio encoraja a inação?
Não necessariamente. Embora transmita resignação, não deve ser usado como desculpa para não agir; muitas situações requerem esforço e iniciativa. - Tem origem histórica conhecida?
A origem é incerta; trata-se de um provérbio popular transmitido oralmente na tradição portuguesa. - Existe uma forma mais moderna do provérbio?
Sim. Uma versão neutra e contemporânea é «O que nos pertence acabará por chegar às nossas mãos.»
Notas de uso
- Registo: informal a neutro; comum em conversas e textos de carácter coloquial e reflexivo.
- Tom: consolador ou resignado — pode ser usado para tranquilizar sobre perdas temporárias ou adiamentos.
- Contexto: aplicado a bens, oportunidades, relações ou resultados que se espera vir a obter-se no futuro.
- Cuidado: não serve como justificação automática para inação; em muitos casos é necessário agir para alcançar objetivos.
- Forma: a construção tradicional contém uma formulação arcaica; versões modernas preferem «o que nos pertence acabará por nos chegar».
Exemplos
- Perdi o telemóvel no autocarro, mas não me preocupo demasiado — o que tem de ser nosso, às nossas mãos vem parar.
- Se realmente for a vaga certa para ti, não te afastes com ansiedade; o que nos pertence acabará por chegar às nossas mãos.
- Ao falarem da casa herdada, a família repetiu o provérbio para se consolar: «o que tem de ser nosso, às nossas mãos vem parar».
- Não adianta forçar amizades. Às vezes, o que é para nós aparece no momento certo sem pressas.
Variações Sinónimos
- O que é nosso nunca se perde.
- O que é para nós, ninguém nos tira.
- O que tem de ser, será.
- O que é de alguém vem ter a esse alguém.
- O que é nosso há-de vir para nós.
Relacionados
- Cada coisa a seu tempo.
- Deus escreve direito por linhas tortas.
- Quem espera, alcança.
- Às vezes o destino resolve.
Contrapontos
- Não deve ser usado para justificar passividade: muitas conquistas exigem esforço e iniciativa.
- Contrasta com provérbios que valorizam a ação, por exemplo «Deus ajuda quem cedo madruga».
- Pode alimentar fatalismo se interpretado como sinal de que não vale a pena tentar mudar circunstâncias injustas.
Equivalentes
- inglês
What is meant to be ours will come to us. - espanhol
Lo que es nuestro llegará a nuestras manos. - francês
Ce qui doit nous appartenir finira par nous parvenir. - alemão
Was für uns bestimmt ist, wird zu uns kommen. - português (Brasil)
O que é para ser nosso, há de vir até nós.