Oficial que vai à caça, não há mercê que Deus lhe faça.

Oficial que vai à caça, não há mercê que Deus ... Oficial que vai à caça, não há mercê que Deus lhe faça.

Advertência moral: um detentor de autoridade que persegue ou abusa dos outros dificilmente será digno de clemência — e poderá sofrer consequências.

Versão neutra

Quem, no exercício de autoridade, persegue ou abusa dos outros dificilmente terá clemência.

Faqs

  • O que significa 'oficial' neste provérbio?
    Refere‑se genericamente a alguém investido de autoridade — um funcionário, agente, ou dirigente — e não apenas a um oficial militar.
  • É um provérbio religioso?
    Tem formulação religiosa («merç e que Deus lhe faça») e base moral, mas é usado também em contextos seculares para criticar abusos de poder.
  • Posso usar este provérbio numa discussão formal?
    Sim, mas em ambientes formais é preferível uma formulação neutra que evite linguagem moralizante e foque factos e responsabilidades.

Notas de uso

  • «Oficial» refere‑se a alguém com autoridade (funcionário, agente do Estado, dirigente) e «vai à caça» é metafórico para perseguir, investigar ou punir com excesso.
  • Provérbio de tom moral e religioso; usado para censurar abusos de poder ou para avisar que quem persegue poderá provocar a sua própria ruína.
  • Pode ser empregado tanto como acusação (sobre alguém) como advertência (a quem detém poder). Em contextos formais, prefira versões neutras.
  • Não é uma verdade factual universal: sistemas judiciais e contextos sociais variam. O provérbio expressa julgamento moral e expectação de consequência.

Exemplos

  • Depois de ordenar prisões sem provas, os aldeões comentaram: «Oficial que vai à caça, não há mercê que Deus lhe faça.»
  • Quando o diretor começou a sancionar funcionários por razões pessoais, colegas lembraram o provérbio como aviso contra o abuso de poder.
  • Usou‑se a expressão para condenar a perseguição política: o povo esperava que quem abusava da autoridade fosse responsabilizado.

Variações Sinónimos

  • Oficial que caça não merece clemência.
  • Quem, no poder, persegue, não deve esperar misericórdia.
  • Quem caça, colhe as consequências (variação mais sintética).

Relacionados

  • Quem semeia ventos, colhe tempestades.
  • A justiça tarda, mas chega.
  • Quem dá pouco conta de perder o seu lugar.

Contrapontos

  • O provérbio tem fundamento moral e religioso; não descreve garantias legais nem substitui provas ou processos justos.
  • Poderosos podem escapar a penalizações, pelo que a expressão não deve ser tomada como previsão certa de castigo.
  • Usada de forma acusatória, a frase pode alimentar retóricas de vingança; em debate público é preferível apelar à responsabilidade e ao devido processo.

Equivalentes

  • Inglês
    He who lives by the sword, dies by the sword. (Similar idea: quem vive pela violência acaba por ser vítima dela.)
  • Espanhol
    Quien a hierro mata, a hierro muere. (Equivalente moral sobre consequências semelhantes às ações.)
  • Francês
    Qui sème le vent récolte la tempête. (Enfatiza consequências das próprias ações.)