Onde houve fogo, sempre sobram cinzas.
Os acontecimentos passados deixam vestígios ou consequências que podem permanecer no presente.
Versão neutra
Ações ou acontecimentos passados tendem a deixar vestígios que persistem.
Faqs
- O que significa este provérbio, em poucas palavras?
Significa que acontecimentos passados normalmente deixam vestígios — sejam materiais, emocionais ou reputacionais — que podem influenciar o presente. - Quando é adequado usá‑lo?
Use‑o para alertar para consequências persistentes de ações passadas, por exemplo em discussões sobre responsabilidade, confiança, ou memória histórica. Evite‑o se quiser enfatizar recuperação ou esquecimento. - É um provérbio pessimista?
Não necessariamente; é mais descritivo do que prescritivo. Indica que há vestígios, sem afirmar que nada pode ser feito para os atenuar ou eliminar.
Notas de uso
- Usa-se para lembrar que ações passadas têm efeitos duradouros — em reputações, relações, bens ou memórias.
- Pode ser empregue tanto em contextos pessoais (relações, desentendimentos) como institucionais (escândalos, processos) e históricos.
- Não implica necessariamente que as consequências sejam irreversíveis; sublinha a existência de vestígios, não a inevitabilidade de resultados.
- Registo: geralmente neutro ou advertente; evita-se em contextos sensíveis sem clarificar o que se quer dizer para não soar acusatório.
Exemplos
- Depois da crise financeira, a empresa ainda lutava com a falta de confiança dos clientes — onde houve fogo, sempre sobram cinzas.
- Mesmo após anos separados, os bens e as recordações lembravam-lhes o tempo em que foram um casal; onde houve fogo, sempre sobram cinzas.
- No debate político, o antigo escândalo continuou a aparecer nas conversas; as cinzas de erros passados dificultavam a recuperação.
Variações Sinónimos
- Onde ardeu, ficam cinzas.
- Fogo passado deixa cinza.
- Onde houve chama, resta cinza.
- O que foi, deixa vestígios.
Relacionados
- Onde há fumaça há fogo (relacionado, mas diferente: aponta causa provável)
- Águas passadas não movem moinhos (contraponto: não viver no passado)
- Uma andorinha não faz verão (outro provérbio sobre generalizações a partir de sinais)
Contrapontos
- Águas passadas não movem moinhos — apela a não ficar preso ao passado.
- O tempo cura todas as feridas — enfatiza recuperação e diminuição das consequências ao longo do tempo.
- Nem sempre os vestígios são permanentes; com trabalho e mudança, as 'cinzas' podem desaparecer.
Equivalentes
- Português (variante)
Donde houve fogo, cenizas ficam (variante usada em algumas regiões). - Espanhol
Donde hubo fuego, cenizas quedan. - Inglês
Where there was fire, ashes remain. / Once burned, twice shy (parcialmente equivalente no sentido de consequência psicológica). - Francês
Là où il y a eu du feu, il reste des cendres.