Os loucos dão os banquetes, os avisados comem-nos.
Uns assumem os custos ou riscos (por falta de prudência ou por generosidade) e outros tiram proveito dessas ações sem arcar com as consequências.
Versão neutra
Uns organizam e financiam os eventos; outros aproveitam‑se e beneficiam deles.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio?
Significa que quem despende por descuido, generosidade ou excesso acaba por criar oportunidades que outras pessoas mais prudentes ou oportunistas aproveitam sem pagar o custo. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se pretende criticar desperdício, imprudência ou destacar que terceiros lucraram com as perdas ou iniciativas de alguém. É comum em comentários sobre finanças, política e relações sociais. - É ofensivo dizer isto a alguém?
Pode ser, pois sugere falta de juízo e acusa terceiros de aproveitamento. Usar com cuidado, sobretudo em contextos formais ou pessoais. - Como aplicar esta ideia de forma prática?
Identifique situações em que custos são suportados por poucos e benefícios repartidos por outros; isso ajuda a avaliar riscos, partilhar responsabilidades e criar mecanismos para evitar exploração (contratos, regras, transparência).
Notas de uso
- Usa‑se para criticar quem gasta ou arrisca desmesuradamente, enquanto outros beneficiam dessa imprudência.
- Tonalidade normalmente crítica ou cínica; pode acusar de oportunismo os que «comem» sem contribuírem.
- Emprega‑se em contextos sociais, económicos e políticos: festas, investimentos, políticas públicas, campanhas.
- Registo coloquial; evita‑se em contextos formais se se pretender linguagem neutra.
Exemplos
- Na empresa, o director insistiu em um grande congresso e agora são os concorrentes que copiam as ideias e ficam com os clientes — os loucos deram os banquetes, os avisados comem‑nos.
- O vizinho gastou uma fortuna a restaurar a antiga quinta e, no fim, foram os agentes imobiliários e investidores que lucraram; direi que os loucos deram os banquetes e os avisados comeram‑nos.
Variações Sinónimos
- Os tolos pagam o banquete e os espertos experam para colher os pratos.
- Quem faz o festim não é quem come dele; os incautos organizam e os astutos usufruem.
- Os imprudentes dão, os avisados aproveitam.
Relacionados
- A ocasião faz o ladrão (a oportunidade permite o aproveitamento).
- Quem não arrisca, não petisca (sobre risco e recompensa, perspectiva diferente).
- Em terra de cegos, quem tem um olho é rei (quem tem vantagem aproveita‑a).
Contrapontos
- Nem todo anfitrião é tolo: há quem ofereça por genuína generosidade, intenção social ou investimento legítimo.
- Aproveitar‑se do esforço alheio pode ser visto como oportunismo imoral; o provérbio descreve um padrão, não justifica a ação.
- Em algumas situações, participar sem pagar pode ser necessário (por exemplo, em situações de emergência) e não indica sempre má fé.
Equivalentes
- English
Fools throw the feasts, the wise eat them. - Español
Los locos dan los banquetes y los avisados se los comen.