Pão com olhos, queijo sem olhos e vinho que espirre para os olhos.
Cada produto tem uma qualidade própria desejável — o que é bom numa coisa pode ser indesejável noutra.
Versão neutra
O pão deve ter miolo areado, o queijo deve ser compacto e o vinho deve ter vivacidade no paladar.
Faqs
- O que significam 'olhos' no pão e no queijo?
Em contexto alimentar, 'olhos' referem-se às cavidades/bolhas na massa: no pão, alvéolos desejáveis indicam boa fermentação; no queijo, 'olhos' são buracos que nem sempre são valorizados, dependendo do tipo de queijo. - O que quer dizer 'vinho que espirre para os olhos'?
É uma imagem para um vinho com vivacidade — acidez ou força suficiente para 'picar' e dar sensação marcante no rosto/olhos; simboliza um vinho com carácter. - Posso usar este provérbio fora do contexto alimentar?
Sim. É comum usá‑lo figurativamente para dizer que diferentes situações exigem qualidades diferentes e que comparações directas nem sempre são pertinentes.
Notas de uso
- Usa-se para sublinhar que diferentes coisas (ou pessoas/situações) exigem características diferentes.
- Emprega-se em conversas sobre gostos, qualidade de produtos alimentares ou quando se quer justificar critérios distintos.
- Pode servir para lembrar que comparações diretas entre coisas distintas nem sempre fazem sentido.
Exemplos
- Ao escolher ingredientes para a festa, João disse: “Pão com olhos, queijo sem olhos e vinho que espirre para os olhos” — queríamos bom pão areado, queijos firmes e vinho vívido.
- Quando discutiam gostos diferentes, a avó resumiu: “Não podes querer tudo igual — pão com olhos, queijo sem olhos e vinho que espirre para os olhos”, ou seja, cada coisa tem as suas qualidades.
- Numa prova de produtos, o jurado explicou: “Isto não é defeito: o pão precisa de alvéolos, o queijo de massa fechada e o vinho de acidez a sobressair.”
Variações Sinónimos
- Pão fofo, queijo sem buracos e vinho vivo (variação descritiva moderna).
- Cada alimento com a sua qualidade (versão resumida/explicativa).
Relacionados
- Cada coisa a seu tempo
- Cada qual com os seus gostos
- Não se pode ter tudo
Contrapontos
- Preferências pessoais mudam: hoje há queijos apreciados precisamente pelos ‘olhos’ (buracos) — o provérbio reflecte um gosto tradicional, não uma regra universal.
- Produtos industrializados podem alterar as características tradicionais (pão mais homogéneo, vinhos menos agressivos), tornando a máxima menos aplicável em alguns contextos.
- A percepção do que é ‘bom’ é cultural e histórica; o provérbio descreve um ideal sensorial, não um juízo absoluto.
Equivalentes
- inglês
Different things have different merits / To each his own (equivalente aproximado) - espanhol
Cada cosa tiene su virtud (equivalente aproximado) - francês
À chacun son goût (equivalente aproximado)