Passado o perigo, esquecido o santo.
Critica a ingratidão ou a inconstância de quem só se lembra de algo ou de alguém enquanto precisa.
Versão neutra
Quando o perigo passa, deixa-se de lembrar quem foi invocado para o ajudar.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que as pessoas tendem a esquecer ou deixar de valorizar quem as ajudou uma vez que a situação complicada terminou, criticando ingratidão e inconstância. - É ofensivo usar este provérbio sobre alguém?
Pode ser interpretado como crítica directa à falta de gratidão. Use-o com cuidado, evitando aplicá‑lo a pessoas que sofreram porque a observação pode soar acusatória. - Qual é a origem do provérbio?
Vem da tradição popular europeia ligada à devoção aos santos: invoke‑se um santo em perigo e esquece‑se quando o perigo passa. Existem variantes em línguas ibéricas e italianas. - Em que contextos posso usar este provérbio?
Em comentários sobre comportamentos públicos ou pessoais que evidenciem falta de gratidão ou comportamento oportunista, preferindo um tom irónico ou crítico.
Notas de uso
- Usa-se para apontar hipocrisia, ingratidão ou memória curta após uma situação crítica.
- Tom geralmente crítico ou irónico; evita usar para culpar pessoas que agiram por necessidade ou em contextos sensíveis.
- Adequado em conversas informais e comentários sociais; em registos formais, prefere-se uma formulação mais explicativa.
Exemplos
- Depois do incêndio ter sido debelado, muitos esqueceram quem deu abrigo às famílias — passado o perigo, esquecido o santo.
- O público elogiou os médicos durante a crise, mas agora os cortes orçamentais mostram bem o provérbio: passado o perigo, esquecido o santo.
Variações Sinónimos
- Passado o perigo, lembrado o santo (irónica)
- Pasado el peligro, olvidado el santo (castelhano)
- Passato il pericolo, dimenticato il santo (italiano)
- Depois do perigo, esquece-se o santo
Relacionados
- Na necessidade se conhece o amigo
- A gratidão é a memória do coração
- Depois da tempestade vem a bonança (tema da mudança de circunstância)
Contrapontos
- Nem todo o esquecimento é ingratidão: pode resultar de secularização, mudança de crença ou simples desatenção.
- Evitar julgar precipitadamente: algumas pessoas invocam santos por tradição ou pânico, não por convicção duradoura.
- Recordar alguém só em necessidade pode revelar prioridades prácticas e não necessariamente maldade moral.
Equivalentes
- español
Pasado el peligro, olvidado el santo. - italiano
Passato il pericolo, dimenticato il santo. - inglês
Once the danger is past, the saint is forgotten. (equivalente aproximado) - francês
Passé le danger, on oublie le saint. (equivalente aproximado)