Pior cego é o que não quer ver; pior surdo é o que não quer ouvir.
Critica quem, por vontade ou teimosia, rejeita ver ou ouvir uma realidade óbvia ou evidências, não por incapacidade mas por recusa.
Versão neutra
Pior é quem recusa ver; pior é quem recusa ouvir.
Faqs
- Qual é a origem deste provérbio?
A origem exata é incerta; trata‑se de uma máxima popular presente em várias línguas. Formas semelhantes aparecem em registos ingleses desde o século XVI–XVII; na tradição portuguesa surgiu por transmissão oral e adaptações. - É ofensivo usar este provérbio?
Pode ser. O provérbio usa imagens de deficiência sensorial como metáfora. Em situações sensíveis ou ao dirigir‑se a pessoas com deficiência, é preferível optar por versões neutras ou explicar o que se pretende comunicar sem metáforas que possam ferir. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se descreve recusa clara e voluntária em aceitar factos, ideias ou avisos, sobretudo em conversas informais ou críticas. Evite usá‑lo para atacar pessoas que realmente não percebem por limitações ou falta de informação. - Existe uma forma mais polida de dizer o mesmo?
Sim. Exemplos: "Quem recusa ver os factos não será facilmente convencido" ou "Parece haver resistência a ouvir argumentos; vale a pena apresentar evidências de forma calma".
Notas de uso
- Usa‑se para apontar teimosia, negação ou resistência a argumentos e factos em debates, críticas ou conselhos.
- Registo: coloquial a semi‑formar; pode soar acusatório. Em contextos profissionais, prefira linguagem mais neutra.
- Cuidado com o uso metafórico que recorre a condições sensoriais reais (cego/surdo): pode ser interpretado como insensível ou estigmatizante.
- Quando há dúvida entre recusa voluntária e incapacidade genuína (por motivos físicos ou cognitivos), evite aplicar o provérbio.
Exemplos
- Num debate sobre as contas, o gestor voltou a recusar os números: pior cego é o que não quer ver.
- Já expliquei as consequências, mas ela ignora tudo — pior surdo é o que não quer ouvir.
- Quando se tenta alertar para os riscos e alguém insiste que não, é visível um caso de 'pior cego é o que não quer ver'.
Variações Sinónimos
- Não há pior cego do que o que não quer ver.
- Quem não quer ver, não vê; quem não quer ouvir, não ouve.
- Não adianta falar com quem não quer ouvir.
- Há quem feche os olhos à verdade.
- Fechar os olhos e tapar os ouvidos não altera os factos.
Relacionados
- Burro velho não aprende línguas. (sobre teimosia e dificuldade em mudar)
- Não adianta falar com quem não quer ouvir. (variante comum)
- Quem não quer aprender, ninguém ensina.
Contrapontos
- Nem sempre a recusa é voluntária: falta de informação, desconfiança legítima ou dificuldades cognitivas podem explicar resistência.
- Usar o provérbio como ataque pessoal tende a fechar diálogo; em contextos sensíveis, é preferível expor evidências e perguntas abertas.
- A linguagem metafórica com referências a deficiência sensorial pode ferir ou marginalizar; opte por expressões neutras quando necessário.
Equivalentes
- inglês
None so blind as those who will not see; none so deaf as those who will not hear. - espanhol
No hay peor ciego que el que no quiere ver; ni peor sordo que el que no quiere oír. - francês
Il n'est pire aveugle que celui qui ne veut pas voir; ni pire sourd que celui qui ne veut pas entendre. - alemão
Kein Blinder ist so blind wie der, der nicht sehen will; kein Tauber so taub wie der, der nicht hören will.